Está confirmada para as 9h da manhã desta terça-feira (12) a audiência de instrução e Julgamento, da Ação Penal que investiga o assassinato de Reginaldo Pereira de Oliveira. Ele foi morto a tiros por vigilantes de uma terceirizada da Mineradora Vale, que faziam segurança nos arredores da Estrada de Ferro Carajás (EFC), no São Félix, em Marabá. O crime aconteceu em 14 de maio de 2022.
A audiência de instrução é considerada a parte mais importante do processo, porque todas as partes envolvidas estarão frente diante do juízo da 1ª Vara Criminal de Marabá. Os representantes da Vale e também da Segurpro (empresa de segurança à qual os acusados pertenciam), assim como os próprios vigilantes e também o advogado José Rodrigues, que defende a família de Reginaldo, estarão na audiência.
É possível que a audiência seja marcada por protestos por parte de familiares e também amigos da vítima, que deixou oito filhos órfãos.
Leia mais:Na ocasião do crime, os vigilantes alegaram que Reginaldo estaria furtando ferragens, mas essa versão foi se desidratando no decorrer das investigações.
Segundo versão apresentada na época pelos vigilantes, Reginaldo, ao ser abordado, teria colocado a mão na cintura, dando a impressão de que teria uma arma, por isso foi baleado na perna direita e acabou morrendo com esse tiro. Outra pessoa que estava com ele teria fugido.
Mas Reginaldo não estava armado, além de ter uma deficiência justamente na perna baleada, o que o impedia até mesmo de andar direito. Além disso, ele era criador de passarinhos e, segundo o advogado da família, estaria justamente passarinhando no local. Ainda segundo disseram os advogados na época do crime, ele sequer teria forças para carregar ferragens.
Também pesa contra os vigilantes o fato de que o baleamento aconteceu por volta de meio-dia, mas a polícia só foi acionada depois das 16h. Durante esse tempo, ele agonizou baleado no matagal (ou pode ter passado por sessão de tortura). Reginaldo deixou oito filhos órfãos. (Chagas Filho)