Correio de Carajás

Cérebro pode decodificar mais rápido mensagem de texto do que de áudio

Uma mensagem escrita chega ao cérebro em aproximadamente 130 milissegundos, tempo que demoramos para ouvir uma única sílaba

Pessoa usando o celular - (crédito: Imagem por Freepik)

O cérebro humano entende a essência de uma cena visual em um piscar de olhos, mas a rapidez com que isso acontece na linguagem falada ou escrita é a mesma? Imagine a velocidade com que processamos sinais escritos diariamente, notificações que você recebe pelo seu smartphone ou alertas na estrada.

Imagine ainda que você posta um vídeo nas redes sociais e usa um aplicativo de geração automática de legendas. Frases curtas das legendas serão registradas pelos cérebros de sua plateia mais rapidamente que o áudio. Parece-lhes contraintuitivo? O recado curto na linguagem escrita chega ao cérebro em aproximadamente 130 milissegundos, a duração do mesmo piscar de olhos para a percepção de uma imagem, o tempo que demoramos para ouvir uma única sílaba.

Esses 130 milissegundos correspondem ao tempo para ativação do lobo temporal esquerdo, região responsável pela interpretação da linguagem. Pesquisadores da Universidade de Nova York mostraram essa resposta, por meio da magnetoencefalografia, após submeterem voluntários a flashes, com duração de 300 milissegundos, de frases simples de três palavras, incluindo sujeito, verbo e objeto, como, por exemplo, “enfermeiros limpam feridas”.

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Impressionante é que a rapidez de ativação cerebral é até maior quando as palavras eram mostradas dentro desse modelo de frases simples do que quando eram expostas individualmente. Isso sugere que cada uma das palavras apresentadas simultaneamente em sentenças simples e com estrutura sintática reforça o reconhecimento das outras por fazerem parte de um bloco único com significado.

É uma ativação mais próxima do reconhecimento de uma cena, digo estímulo visual, bem mais rápida que a linguagem falada em que a sequência temporal é soberana e se faz palavra após palavra. O estudo foi publicado na última semana no periódico Science Advances que é parte da editoria da revista Science.

(Fonte: Correio Braziliense)