Correio de Carajás

Sem polêmica, Rodrigo Botelho busca reeleição na OAB Marabá

Atual presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil local, ele faz um balanço da gestão e afirma que está mais maduro para continuar à frente da instituição

Rodrigo Botelho: “Sou apaixonado demais pela OAB, uma instituição que tem 93 anos de história”

A eleição para a escolha do próximo presidente da Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Marabá acontece no dia 18 de novembro de 2024. A Comissão organizadora do pleito ainda não foi divulgada e o número exato de advogados estão aptos a votar também não. Porém, é bom ressaltar que o voto é obrigatório para todos os advogados e advogadas inscritos nos quadros da OAB/PA.

Igualmente como na última votação, concorrem ao processo eleitoral o advogado Rodrigo Botelho – que está como atual presidente da instituição – e Ismael Gaia, que tenta voltar ao posto. Três anos depois, os dois defensores se enfrentam novamente no pleito que promete uma nova votação expressiva e acirrada.

O CORREIO DE CARAJÁS conversou com Rodrigo Botelho e Ismael Gaia. Para a reportagem, eles relembraram a disputa polarizada da última eleição e do resultado com diferença mínima. Falaram também sobre suas percepções sobre a atual posição da instituição e o que almejam para o futuro, caso eleitos.

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O advogado Rodrigo Botelho está à frente da OAB Marabá desde 2021, quando foi eleito por apenas um voto de diferença. Natural de Belém, aos 38 anos ele tenta a reeleição à frente da instituição e afirma estar mais maduro para continuar o trabalho iniciado três anos atrás.

Professor de Direito do Trabalho, ele também é sócio de um escritório de advocacia e atua na organização de profissões na sociedade, preponderantemente em entidades sindicais.

Ao lado de Rodrigo Botelho está a advogada Joana Lima, candidata a vice-presidente da OAB. A seguir, acompanhe a entrevista com Rodrigo Botelho:

Ao lado de Rodrigo Botelho está a advogada Joana Lima, candidata a vice-presidente da OAB

 

CORREIO DE CARAJÁS – Na última eleição, vimos um pleito bem polarizado. O resultado foi acirrado, com pequena margem de diferença. Você acha que agora consegue consolidar uma margem mais folgada ou prevê uma disputa voto a voto?

RODRIGO BOTELHO: Acho que essa pergunta é difícil. A gente prevê quantidade. Tenho que ter um respeito por tudo o que passou, pelas gestões anteriores do Dr. Haroldo e do Dr. Ismael (Gaia), dos grupos, pessoas que trouxeram a instituição nesses 40 anos. Mas, também tenho uma segurança muito forte no nosso grupo. É uma felicidade, é um privilégio de vida estar aqui nesse primeiro mandato. Espero que essa energia, que essa atitude se transforme em uma quantidade legal de votos. Acho muito legal essa pergunta ser a primeira porque a gente busca esse protagonismo, a gente luta muito por isso, por essa aproximação da instituição. Estou feliz com o trabalho porque o grupo é qualificado. Vejo essa energia e que a gente entregou um trabalho legal, obviamente com erros e acertos. Na minha opinião, a gente está mais maduro para continuar.

 

CORREIO DE CARAJÁS – Fazendo uma análise da sua gestão no último triênio, que conquistas a atual diretoria conseguiu para a classe dos advogados de Marabá e região?

RODRIGO BOTELHO: Estruturalmente, nós reformamos a nossa sede. Buscamos retomar um fluxo de pessoas, não só da advocacia, mas da sociedade para o prédio da Subseção. Em agosto de 2022 entregamos a reforma com um setor de processo, com uma recepção remodelada, com o auditório reformado, com a rede elétrica e telhados reformados. Fomos retomando a aproximação da sociedade. Do campo de formação, a gente tem a Escola Superior de Advocacia, que passou a ter um protagonismo maior agora. Exemplo disso é que começamos a ser os professores da advocacia.

Historicamente a gente se acostumou, nesses 111 anos da história de Marabá, a trazer profissionais, não que esse intercâmbio não seja importante. Mas, agora a gente começou a formar os nossos profissionais, e a docência vinculada à advocacia nos trouxe um desenvolvimento. Institucionalmente, conseguimos essa somatória de esforços para levar Marabá, Santarém e Ananindeua à classificação final do Tribunal de Justiça na terceira entrância. Participamos ativamente disso, produzimos documentos, estatísticas e diálogos. Essa é uma conquista que, para nós, a médio e longo prazo vai fazer total diferença, porque os gestores do Tribunal de Justiça, no futuro sairão, em grande parte, também de Marabá.

 

CORREIO DE CARAJÁS – Quando eleito, você disse que iria trabalhar pelo aprimoramento profissional, integração com outras instituições, melhoria da comunidade e das relações com o Poder Judiciário. Deu para fazer tudo isso?

RODRIGO BOTELHO: Não vou dizer que foi perfeito. Humildade e pé no chão. Estamos chegando agora. É obrigação nossa participar disso tudo. Fizemos um compromisso na OAB de ser o principal ouvido da advocacia e da sociedade para tentar organizar essas pautas. Acho que o Poder Judiciário pode responder, mas da nossa parte acho uma relação legal, uma relação de seriedade e respeito.

Fomos para o enfrentamento algumas vezes. Agora é lutar para ter a incorporação de novas varas, estamos em obras no Fórum de Marabá e vai ser incorporada uma nova vara, provavelmente na área cível, que hoje é o nosso principal gargalo. Meu sonho é que a gente tenha essas estruturas descentralizadas. Do Poder Judiciário cada, do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) com uma sede aqui. Outro sonho da nossa caminhada é que tenhamos uma sede da Agência Nacional de Mineração na região. É um absurdo, do ponto de vista institucional, sermos o principal extrator de minério nesse cinturão do minério e não termos nenhuma sede da ANM. Mas, acho que estamos no caminho certo para ajudar.

CORREIO DE CARAJÁS – Fale um pouco da sua chapa, quem os integrantes atuais, já que a vice saiu.

RODRIGO BOTELHO: Joana Lima é minha vice-presidente, advogada e professora. Ela já é dessa atual gestão, está como secretária adjunta. Realocamos a Jéssica Abreu, que é a atual vice-presidente, para um cargo de maior representatividade no sistema estadual. Hoje ela está como candidata a diretora regimental, que é uma diretoria do sul e sudeste do Pará no âmbito da OAB. Nunca tivemos isso e agora estamos com essa possibilidade. Antônio Gomes, advogado, continua na tesouraria; Leticia Colinetti, vem para a secretaria geral; e Ênio Montes fica na secretaria adjunta. Nosso conselho é composto por nove homens e nove mulheres. A OAB tem a paridade de gênero 50/50. Mais atitude. Gostamos muito desse nome, vitorioso, jovial, interativo. Estamos buscando sempre uma interação.

 

CORREIO DE CARAJÁS – Quais são os desafios para os próximos três anos para a advocacia do sudeste do Pará?

RODRIGO BOTELHO: Espero que a OAB continue com esse protagonismo. As pessoas passam e ela fica. Sou apaixonado demais por essa instituição que tem 93 anos de história. Espero que a gente consiga ajudar na celeridade desses processos de maneira mais efetiva. A terceira entrância é um avanço, acho que daqui a pouco vai ter uma nova vara. Na nossa gestão conseguimos lutar pela especialização da Vara de Violência Doméstica contra a mulher, que antes da nossa gestão não existia.

Creio que cada vez mais a formação de advogados, cursos, gestores, marketing, contratos, técnicas de negociação, de oratória, utilização de rede social, vão ajudar o nosso município. Precisamos pensar na nossa defesa, desde o empreendedorismo para ganhar dinheiro, se proteger na sociedade, mas também nunca se afastando do que a gente está vivendo. A gente ainda produz pouco intelectualmente. A advocacia precisa falar sobre os nossos problemas e espero que o meio ambiente seja uma pauta mais presente.

 

CORREIO DE CARAJÁS – No cenário estadual, você apoia o Eduardo Imbiriba. Um dos principais nomes de sua campanha passada foi o advogado Odilon Vieira, que está pedindo voto para Sávio Barreto. Você considera isso normal?

RODRIGO BOTELHO: Eu considero que a minha posição em relação ao meu apoio ao Eduardo Imbiriba, que é o nosso atual presidente e candidato a reeleição, é questão de justiça. O Eduardo foi um bom presidente e é um presidente presente. Em relação ao Odilon, ele tem os motivos dele e ele vai responder. A democracia se impõe. Ele é adulto, vacinado e sabe o que faz da vida dele. Obviamente, do lado do afeto, não gostaria que isso estivesse acontecendo porque eu não conheço o Sávio, não consigo avaliá-lo se é bom ou se é ruim. (Ana Mangas)