Na última quinta-feira (17), aconteceu a audiência pública no Anfiteatro Jarbas Gonçalves Passarinho, no Centro Universitário de Parauapebas (CEUP) sobre o Projeto Ferro Sul, pertencente à mineradora Ligga, que abrange os municípios de Parauapebas e Curionópolis.
A audiência contou com a presença de mais de 300 pessoas, entre moradores e autoridades de Parauapebas e Curionópolis, que participaram presencialmente e online.
O objetivo foi informar a comunidade sobre o Projeto Ferro Sul, de responsabilidade da Ligga S.A., relacionado à extração e beneficiamento de minério de ferro, além de discutir seus potenciais impactos ambientais e debater o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), visando subsidiar a análise do processo pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) para o licenciamento.
Leia mais:A mesa diretora da audiência foi composta por Marcelo Moreno (SEMAS), que presidiu a solenidade; o coordenador de Mineração da SEMAS Gerson Paes; o diretor de Mineração e responsável pela pesquisa e operações da Ligga, Ricardo Abramof; o gerente geral de Operações da Ligga, Cássio Noronha; e a consultora ambiental Maíra Nogueira, da empresa WSP, responsável pelos estudos ambientais.
Ricardo Abramof destacou que o Projeto Ferro Sul terá toda a produção feita à umidade natural, através de um processo mais simples e sem o consumo de água ou utilização de barragens para rejeitos. E por isso, é mais ambientalmente sustentável, e com considerável redução de riscos ao meio ambiente. O investimento será de R$ 518 milhões, com uma produção de 8 milhões de toneladas anuais de minério de ferro de alto teor, beneficiando a economia da região.
Durante a apresentação, ele também mencionou que as lavras ocorrerão em quatro alvos simultâneos (Serra do Retiro, Ponkan, Raposa e Cangalha) para garantir a qualidade do produto final e que não há operações em áreas de comunidades tradicionais ou assentamentos rurais.
Maíra Nogueira apresentou o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), destacando os programas de mitigação, monitoramento e compensação ambiental que garantirão a segurança e viabilidade do projeto, de acordo com a legislação vigente.
Em seguida, o espaço foi aberto às perguntas dos participantes, a exemplo do Vereador de Curionópolis Alexandre Santos que quis saber sobre a futura geração de empregos para os cidadãos de Curionópolis. Já a moradora e produtora da zona rural de Parauapebas Verônica Roque trouxe uma preocupação dos moradores da Vicinal IV: “Se a Ligga terá algum projeto social visando incentivar produtores rural” indagou ela.
O diretor da Ligga, Ricardo Abramof, afirmou que haverá projetos de capacitação de mão obra voltados para as duas cidades, assim como geração de empregos e oportunidades para ambos os municípios em proporções equilibradas. Sobre o incentivo aos produtores rurais a Ligga tem em seus programas sociais eixos de educação, empreendedorismo e capacitação que irão contemplar diversos públicos e arranjos produtivos locais, e irá sim, promover ações que fortaleçam a agricultura familiar na região.
Também participaram da Audiência Pública lideranças das comunidades da Vila Piabanha, Palmares Sul, Loteamento Ramos, Chacreamento Vale da Serra, 10 Irmãos e Vicinal IV; Palmares II, Serra do Cedro, representantes do MST; o Secretário de Meio Ambiente de Curionópolis Fabrício Gomes Tuñas; representantes da OAB de Parauapebas e representantes da SEMA / Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Parauapebas; além do vice-prefeito de Parauapebas João Verdurão.
Após todas as manifestações, Marcelo Moreno, diretor de Licenciamento Ambiental da SEMAS e presidente da sessão, agradeceu a presença de todos e encerrou o evento declarando como “válida esta Audiência Pública, para fins de licenciamento ambiental do empreendimento Ferro Sul de responsabilidade da mineradora Ligga”.
Os próximos passos incluem a obtenção da Licenças Prévia (LP), Licença de Instalação (LI), a realização das Obras e obtenção da Licença de Operação (LO) e por fim, a Operação propriamente dita.
Indicadores do Projeto Ferro Sul
Atualmente, a planta experimental gera 300 empregos diretos, com previsão de atingir 1.297 no pico das obras e 680 empregos diretos na operação. A nova planta terá como meta uma produção anual de 8 milhões de toneladas de minério de ferro de alta qualidade, com um processo de mineração a seco, mais sustentável e sem o uso de barragens de rejeitos.
(Fonte: Portal Canaã)