Correio de Carajás

Idoso participa do Círio de Marabá há 25 anos, descalço e na berlinda

Seu Francisco Felipe dos Santos, aos 75 anos, percorre as ruas de Marabá por devoção/ Foto: Ana Mangas

A crença é o motor que impulsiona milhares de fiéis a se unirem ao Círio de Nazaré, uma romaria que atravessa tantos quilômetros a pé, sob o intenso calor, com os participantes segurando a corda que guia o cortejo. Para muitos, como Francisco Filipe dos Santos, de 75 anos, a caminhada é um símbolo de devoção e compromisso com a tradição religiosa.

Descalço e com a corda nas mãos, ele carrega consigo mais de 25 anos de participação no evento, vivendo a experiência da romaria como um ato de fé renovado a cada ano.

“Está na corda é o que, para mim, é um convênio”, afirma Francisco, explicando o significado especial que ele atribui à sua presença no Círio. Para ele, a romaria é uma promessa e uma maneira de manter a conexão com a fé e com as tradições que acompanham o evento religioso. De pé no chão, o idoso segue o caminho, assim como tem feito todos os anos, sentindo que está cumprindo uma obrigação religiosa e, ao mesmo tempo, expressando sua gratidão pelas graças recebidas.

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A devoção de Francisco é compartilhada por muitos outros romeiros que, assim como ele, percorrem o trajeto com um sentimento de entrega e fé. A cada passo, o Círio se transforma em um momento de reflexão, união e ação de graças, onde o sacrifício físico é visto como parte do compromisso com a fé em Nossa Senhora de Nazaré.

Para Francisco, Maria representa “muita beleza” e as graças alcançadas ao longo dos anos são um dos motivos que o mantém firme na tradição da romaria.

“Já tive graça alcançada”, diz ele com um sorriso, enquanto segue em frente, sem desviar os olhos do caminho que o leva até o Santuário. A cada ano, a tradição se renova, com a participação de romeiros como Francisco, que vê no Círio uma oportunidade de reafirmar sua fé e celebrar as bênçãos que recebeu ao longo da vida. (Ana Mangas e Thays Araujo)