Embora a devoção à Nossa Senhora de Nazaré seja o ponto em comum entre tantos fiéis que participam do Círio de Marabá, as motivações para a romaria são diversas e carregadas de histórias pessoais que vão desde agradecimentos por milagres a homenagens emocionadas a entes queridos.
Entre os romeiros do 44º evento, Ruth Conceição, de 27 anos, traz consigo um porta-retrato em homenagem à sua avó. “Minha avó era muito católica. No ano passado, ela estava aqui conosco, presente. Hoje faz sete meses que ela faleceu, e agora, ela está aqui, não fisicamente, mas no meu coração”, conta, muito emocionada.
A jovem relembra os anos em que acompanhava o Círio ao lado de sua avó, sempre de mãos dadas, fortalecendo os laços de fé entre elas.
A ausência física da avó é sentida de forma profunda durante a romaria, um evento que para Ruth sempre foi sinônimo de união familiar e devoção. “Ela significava tudo para mim. Quem eu sou hoje, eu devo a ela”, reflete. Mesmo sem a presença física, ela afirma que o Círio é um momento de comunhão entre os familiares e de renovação da fé. “Nossa mãezinha intercede por nós, e não tenho palavras para expressar minha gratidão a ela e a Deus”, conclui.
Leia mais:Histórias como a de Ruth refletem o significado profundo do Círio de Nazaré para os participantes. A procissão não é apenas uma demonstração de fé individual, mas também um espaço de homenagem e celebração de laços familiares e espirituais. Para muitos, é uma oportunidade de agradecer por graças alcançadas ou de prestar tributo àqueles que, como a avó de Ruth, já não estão presentes fisicamente, mas continuam vivos na memória e no coração dos fiéis. (Ana Mangas e Thays Araujo)