Correio de Carajás

Especialista alerta para os sinais de um relacionamento abusivo

O relacionamento abusivo tem como características centrais o controle e a manipulação

Psicóloga Roberta Leitão destaca a importância de reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo

A psicóloga Roberta Leitão destaca a importância de reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo, enfatizando que, embora o tema seja frequentemente associado ao gênero feminino, o abuso pode afetar qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual ou classe social.

De acordo com ela, relacionamento abusivo é marcado pelo controle e manipulação, distantes das características de uma relação saudável. “Muitas vezes, as vítimas se dão conta da situação por alertas de amigos e familiares ou quando chegam ao limite, percebendo que estão presas em ciclos de comportamentos prejudiciais”, esclarece a psicóloga.

Esses relacionamentos, frequentemente, passam despercebidos devido à fase inicial conhecida como “lua de mel”, onde as agressões são mais sutis e podem se manifestar em ações psicológicas, como explosões de raiva ou comportamentos hostis. O abuso não se limita ao físico; ele começa com palavras e atitudes que ferem emocionalmente. Com o tempo, esses comportamentos podem evoluir, levando a agressões físicas e patrimoniais.
Roberta Leitão cita que quando o abusador percebe que a vítima começa a identificar os sinais do abuso, ele pode tentar reconquistar o controle por meio de desculpas e promessas vazias.

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O abuso se manifesta em críticas ao corpo, tom de voz, comportamento e vestimenta, promovendo um isolamento gradual da vítima, que pode interpretar essa situação como um cuidado, alerta a psicóloga.

Além disso, o abusador frequentemente recorre a ameaças, fazendo a vítima sentir-se culpada por qualquer descontentamento. Essa dinâmica pode levar a uma baixa autoestima e a um controle ainda maior sobre a vida da vítima, que se vê cada vez mais distante de amigos e familiares.

O suporte psicológico é fundamental para aqueles que se encontram nessa situação. Muitas vítimas chegam ao consultório com a autoestima abalada, medo e uma sensação de culpa intensa. “O primeiro passo no tratamento é o acolhimento, oferecendo um espaço seguro e livre de julgamentos. Ao tentar ajudar alguém, é crucial ouvir sem preconceitos, pois a pessoa está buscando cuidado e compreensão”, ensina Roberta.

Por fim, ela orienta que reconhecer e agir diante dos sinais de um relacionamento abusivo é essencial para quebrar o ciclo de violência e buscar um caminho de recuperação e liberdade. Em casos de violência a vítima deve recorrer à Delegacia da Mulher em busca de proteção.

(Theíza Cristhine)