Correio de Carajás

Na ONU, Netanyahu diz que Israel ‘está vencendo’ e ameaça o Irã

Premiê acusou outros países de difundirem mentiras sobre Israel durante discursos na ONU. Ataques de Israel ao Líbano completaram uma semana nesta sexta, com mais de 700 mortes.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostra um mapa do Irã e aliados com a inscrição "a maldição" durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em 27 de setembro de 2024. — Foto: Eduardo Munoz/ Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta sexta-feira (27), em discurso na Assembleia Geral da ONU, que Israel está vencendo a guerra e que busca a paz, mas que enfrentará inimigos como o Irã até o final.

“Não há nenhum lugar no Irã que Israel não pode alcançar”, disse.

O discurso do líder de Israel, em guera em Gaza e no Líbano, era um dos mais esperados da Assembleia Geral. Quando ele foi chamado, dezenas de membros de delegações abandoram o plenário da ONU.

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“Eu não pretendia vir aqui este ano. Meu país está em guerra, lutando por sua sobrevivência. Mas depois de ouvir mentiras contra meu país por muitos aqui, resolvi vir”, disse.

“Israel busca a paz, torce pela paz, e vai tornar a fazer a paz. No entanto, enfrentamos um inimigo selvagem e precisamos combatê-lo”.

No disurso, ele acusou o Irã de ter bombardeado Israel diretamente pela primeira vez, com mísseis lançados na quinta-feira direto do território iraniano.

Uma semana de ataques

Nove pessoas de uma mesma família morreram em um bombardeio à cidade de Shebaa, no sul do Líbano, nesta sexta-feira (27), que deixou 25 mortos no totalQuatro delas eram crianças, segundo o prefeito da cidade, Mohammad Saab.

Do outro lado, as Forças Armadas de Israel disseram que o Hezbollah lançou mísseis contra a cidade de Haifa, a terceira maior de Israel e que virou alvo do grupo extremista desde o início da escalada dos conflitos entre as duas partes.

Israel vem bombardeando regiões do Líbano há uma semana, em uma nova página do conflito no Oriente Médio que já deixou mais de 700 mortos. O governo israelense afirma que o alvo é o Hezbollah, grupo extremista financiado pelo Irã que nasceu no Líbano com o intuito de lutar contra Israel.

 

escalada da troca de ataques entre os dois lados — que já acontecia de forma constante desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há quase um ano — ocorreu após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.

A semana de bombardeios provocou também um êxodo sem precendetes no Líbano desde a guerra de 2006. Nesta sexta-feira, a ACNUR, a agência da ONU para refugiados, afirmou que mais de 30 mil pessoas de diferentes regiões do Líbano fugiram para a vizinha Síria nas últimas 72 horas.

Outros milhares de pessoas também tentam deixar o país, mas dezenas de companhias aéreas cancelaram operações nos aeroportos libaneses. O Itamaraty disse esta semana que está consultando brasileiros que queiram deixar o Líbano para estudar a repatriação ao Brasil — há 21 mil cidadãos brasileiros morando no Líbano, a maior comunidade brasileira no Oriente Médio.

Nesta sexta-feira, o irmão do brasileiro de 15 anos que morreu junto com o pai durante um dos bombardeios israelenses no Líbano chegou ao Brasil e relatou o momento em que a família foi atingida pelo ataque. “Não dava para respirar“, disse ele no aeroporto de Foz do Iguaçu a jornalistas.

Do lado de Israel, milhares de pessoas no norte tiveram de deixar suas casas por conta dos lançamentos de mísseis e foguetes pelo Hezbollah — o governo israelense prometeu que a nova fase só terminará quando os moradores conesguirem retornar com segurança.

Por isso, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, rejeitou na quinta-feira (26) uma proposta de cessar-fogo conjunta feita por diversos países, entre eles os Estados Unidos, o Reino Unido e os Emirados Árabes.

Em outra frente de ataque também nesta sexta, as forças israelenses mataram cinco soldados sírios em um bombardeio na região fronteira entre o Líbano e a Síria. A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal da Síria.

(Fonte:G1)