Correio de Carajás

Vigilante que matou Dara Vitória irá a novo júri popular

Albert Mousinho será julgado novamente, em data ainda a ser marcada

O vigilante Albert Pereira Mousinho, julgado e absolvido pelo assassinato da adolescente Dara Vitória Alves da Silva, voltará a sentar no banco dos réus pelo mesmo crime. O júri anterior, realizado no dia 26 de junho de 2019, foi anulado e um novo Tribunal do Júri será marcado. Mas ainda não há data prevista.

Quem conseguiu a anulação do julgamento anterior e a realização do novo foi o advogado Raphaell Lemes Braz, que se habilitou no processo como assistente de acusação, para defender a família da vítima. Dara Vitória foi assassinada no dia 28 de julho de 2017 e teve o corpo jogado em um matagal nas margens do Rio Itacaiunas, na altura do Bairro Amapá.

Procurado pela reportagem do CORREIO, Braz informou que a absolvição de Albert Mousinho “foi dissonante das provas produzidas ao longo de todo o processo”, pois o próprio réu confessou ter matado a adolescente. Mas no momento de darem o veredicto, os jurados confundiram as respostas e acabaram absolvendo Mousinho, ao invés de condená-lo. Por isso, os desembargadores do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) acataram o recurso impetrado por Raphaell Braz.

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Ele observa que, para o novo julgamento, é preciso que todos os envolvidos tenham bastante cuidado no momento dos quesitos, para fazer com que os jurados entendam as perguntas, pois, vez ou outra, acontece de as perguntas serem complexas, de modo que os jurados acabam não compreendam na íntegra o significado e a implicação lógica das perguntas.

Neste novo júri, Albert Mousinho não estará sozinho no banco dos réus; Rendimar de Sousa Leite, que ajudou a ocultar o cadáver de Dara – e que também foi absolvido no julgamento de 2019 – também será julgado novamente.

O CRIME

O conjunto probatório contra Albert Mousinho é muito vasto. Ele matou a adolescente durante um desentendimento entre os dois após consumo de entorpecente na quitinete dele. Deixou o cadáver embaixo da cama e pela manhã, com ajuda de Rendimar, jogou o cadáver num matagal nas margens do Rio Itacaiunas.

A adolescente Vitória Dara foi sufocada até a morte em julho de 2017

Flagrado por câmeras de segurança, com a vítima na garupa de sua moto, na noite anterior ao crime, Albert viu que o círculo estava se fechando em torno dele. Decidiu tomar então uma atitude tresloucada: tentou roubar parte do dinheiro que estava na extinta agência do Banco do Brasil, do Amapá, onde ele trabalhava. Deu tudo errado.

Ao ser preso, toda a trama acabou descoberta e Mousinho e Rendimar acabaram presos. No júri, os dois confessaram os crimes. Mas Mousinho foi condenado apenas pela ocultação de cadáver, enquanto Rendimar nem isso. Agora, um novo capítulo dessa história será escrito.

(Chagas Filho)