Correio de Carajás

Urgente: manifestantes do São Félix desfazem bloqueio e liberam a BR-222

Depois de 13 horas de bloqueio ao tráfego na BR-222, no acesso à ponte rodoferroviária, o grupo de manifestantes do São Félix decidiu liberar a rodovia, o que aconteceu efetivamente às 18h30 desta terça-feira (17). A decisão só saiu depois longo debate entre as lideranças do movimento e após o retorno delas de uma reunião no período da tarde na Defensoria Pública Estadual.

Segundo os próprios líderes, participaram da reunião: os defensores públicos Cezar Thiago Correio e Eloizio Cordeiro Taveira; representantes da Polícia Militar, OAB e Ministério Público.

Ao retornar do encontro, os coordenadores disseram ao microfone que o objetivo maior, que era de dar repercussão a situação pela qual eles estão passando, foi maior ainda que o esperado. Em seguida, passaram a contemporizar que não podiam mais interferir na vida de quem precisava transitar entre os bairros.

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A Defensoria Pública se comprometeu a criar uma comissão dentro daquele órgão para atender a todos os moradores dos lotes afetados pela decisão judicial. Por telefone, ao CORREIO, o defensor-chefe José Erickson Rodrigues disse que esse atendimento começa esta semana, ainda. Também foi garantido que ninguém sofrerá despejo.

ENTENDA

Os moradores das avenidas Tiradentes e General Zacarias Assunção, no bairro São Félix, em Marabá, estão enfrentando uma crise profunda relacionada à documentação de seus imóveis e a um processo judicial que ameaça a estabilidade de suas residências.

Muitos habitantes, que ao longo dos anos transformaram terrenos em lares, agora se veem em meio a um impasse jurídico que demanda pagamento pelos lotes ou a desocupação de suas propriedades.

O processo, que começou em 1986, envolveu uma disputa legal sobre a posse de terrenos no bairro e foi decidido em 2018 a favor do espólio do já falecido senhor Aurélio Anastácio de Oliveira, revertendo uma decisão anterior que havia beneficiado os moradores.

A fase atual do processo exige o cumprimento da sentença, com notificações que apontam pagamentos que podem somar milhões de reais, em alguns casos. Este cenário gerou grande apreensão entre os moradores, que agora se mobilizam para buscar uma solução e pressionar os poderes públicos a intervirem.

Da parte da família do senhor Aurélio, o que é dito é que ninguém sofrerá despejo, e que a notificação que está sendo entregue diz respeito à informação de que as pessoas precisam iniciar entendimentos para a negociação dos lotes que ocupam, o que pode ser feito de várias formas, levando em conta a condição de cada um dos moradores. (Da Redação)