Nesta quinta-feira, 12, acontece o 1º Amazônia Fashion Marabá, criado para falar de arte e levar informação à comunidade. Idealizado por Valdsom Braga, artista plástico, o evento traz uma nova proposta cultural para a cidade.
Em entrevista ao Correio de Carajás, Valdsom explica que o Amazônia Fashion surgiu de um processo de pesquisa e criação que já vem sendo desenvolvido há algum tempo: “Sempre quis produzir uma moda que se conectasse diretamente com a comunidade”, diz o artista.
O evento será realizado às 19 horas, no piso L3 do Partage Shopping, com entrada gratuita.
Leia mais:O projeto une arte, moda e música em uma celebração das raízes amazônicas e quilombolas, com peças exclusivas criadas por Valdsom. Essas peças foram desenhadas para representar a fauna e os povos originários, com algumas incluindo pinturas produzidas pelo artista. Para o organizador, a iniciativa é uma forma de trazer esse diálogo com público, destacando histórias pouco contadas, como as das mais de 400 comunidades quilombolas no Pará.
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS
Entre os destaques do desfile está a participação da cacica Katia Silene Tonkyre e suas netas, Kyxàre Tototoure Katêjõkware e Prīntikwyi Tototoure Katêjõkware, as gêmeas que já carregam a luta pelos povos originários, especialmente da aldeia Akrãtikatêjê.
“Kátia viaja o mundo palestrando sobre a Amazônia e sua importância. Suas netas, desde muito jovens, já estão envolvidas na defesa dos direitos dos povos originários, sendo porta-vozes dessa causa”, destaca Valdsom. “Elas trarão ao evento um testemunho de resistência e conexão com a ancestralidade”, completa.
Além das peças criadas pelo artista plástico, o desfile contará também com a presença de Jê Coelho, influenciadora da moda country, que apresentará uma coleção especial com couros tingidos e pintados, incluindo artes que retratam animais da fauna amazônica, como a arara e a onça.
O evento terá participação da cantora marabaense Nilva Burjack, que apresentará o show Amazônia Negra, trazendo a força da cultura local para o palco. “Estamos falando de arte, de moda e da nossa história. Queremos que a comunidade participe, se reconheça e reflita sobre questões muitas vezes ignoradas” conclui Valdsom.
(Milla Andrade)