O desaparecimento de um homem em uma área de mata terminou bem na manhã desta terça-feira (10), em Rondon do Pará. Identificado apenas como Raimundo, ele estava desaparecido desde o último sábado (7), quando teria saído em uma caçada junto de mais quatro pessoas na região do Garrafão, localidade distante cerca de 60 km da cidade.
Uma das pessoas mobilizadas nas buscas por Raimundo, Dhionata Soares Ramos informou ao Correio de Carajás que era por volta das 16h30 de sábado quando o quinteto entrou na mata. “O grupo possuía rádio de comunicação, mas o dele (Raimundo) tinha descarregado as pilhas”, disse, acrescentando que os caçadores haviam combinado de na manhã do dia seguinte se encontrarem em um ponto, porém Raimundo não apareceu. De imediato, começaram a ser feitas buscas na mata por cerca de 20 homens.
Morador da região, Dhionata afirmou que conhece bem a mata e sempre acreditou que iria encontrar o homem com vida. “Tinha pessoas que diziam que ele já poderia estar morto, mas eu sempre acreditei e fiz questão de incentivar o grupo de que ele ainda estava vivo e que seria encontrado”, declarou.
Leia mais:Na manhã desta terça, um grupo maior, já com aproximadamente 45 homens, novamente uniu forças e saiu à procura de Raimundo. Os integrantes identificaram sinais de onde caçador teria parado para dormir, comer e beber, explicou Dhionata, acrescentando que às 9h40 ele foi achado. “Formamos grupos e a gente se espalhou pela mata e sempre relatava os sinais que a gente encontrava. Eu havia acabado de falar no rádio quando escutei o alvoroço da galera comemorando o fato dele ter sido achado”, conta.
Perguntado sobre o sentimento de conseguir encontrar o homem com vida, ele foi enfático em dizer que se sentiu emocionado e com a sensação de missão cumprida. “Fiquei muito feliz, cheguei a me arrepiar de tanta emoção. Foi muito gratificante participar daquele momento”, assegurou.
Perguntado sobre qual a primeira reação que Raimundo teve ao ter sido encontrado, relatou que ele só queria comemorar. “Quando a gente viu ele, corremos e perguntamos como ele estava, ele falou que pra estar melhor só com uma cervejinha bem gelada”, disse, em meio a gargalhadas.
Questionado ainda sobre o que teria acontecido para que Raimundo tivesse se perdido, Dhionata acredita que o fato dele não ser da região possa ter contribuído. “Ele é morador de Imperatriz, no Maranhão, e pode ser que não possua experiência em matas, além do fato do rádio não ter funcionado”, observou, informando ainda que a única motivação que o fez ir às buscas foi o amor ao próximo. “Não sei quem é ele, nunca nem o vi, mas precisava fazer o que estava a meu alcance. Graças a Deus, deu tudo certo”, comentou.
(Luiz Carlos Silva – Freelancer)