O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi às redes sociais para denunciar mais um bombardeio da Rússia nesta terça-feira (3).
Segundo ele, de acordo com relatórios preliminares, 41 pessoas morreram e mais de 180 ficaram feridas depois que dois mísseis balísticos atingiram a cidade de Poltava.
Um dos edifícios de uma instituição de ensino, o Instituto de Comunicações, foi parcialmente destruído, e um hospital próximo também foi atingido.
Leia mais:“As pessoas se viram sob os escombros. Muitos foram salvos. Mais de 180 pessoas ficaram feridas. Infelizmente, muitos morreram. Até esse momento, sabe-se que 41 pessoas morreram. Minhas condolências a todos os parentes e amigos”, afirmou.
Pedido para uso de armas de longo alcance
Zelensky e outros membros do governo ucraniano vem usando as redes sociais com frequência para mostrar as consequências de ataques vindos da Rússia. Eles apelam a aliados que reconsiderem autorizar o uso de armas de longo alcance.
O ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, usou seu perfil em uma rede social para mostrar um ataque russo a uma mesquita em Kiev, nesta segunda-feira (2).
Rustem Umerov postou fotos do centro cultural do local vandalizado e disse que o cenário é consequência de um “ataque noturno dos invasores russos”. Também afirmou que 35 mísseis de vários tipos e 23 drones foram lançados contra o território ucraniano pela Rússia só nesta segunda.
“O terror não tem respeito por nenhuma fé, nenhuma misericórdia pelas pessoas, suas casas ou infraestrutura crítica do país. O regime do Kremlin está destruindo tudo. A defesa aérea e as capacidades de longo alcance para a Ucrânia são a única maneira de parar o terror russo”, escreveu o ministro.
Outras autoridades também afirmaram à agência de notícias AFP que as defesas antiaéreas ucranianas derrubaram pelo menos 20 mísseis lançados na direção de Kiev na madrugada desta segunda-feira.
No Telegram, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou que mísseis de cruzeiro foram disparados a partir de bombardeiros que sobrevoavam a região russa de Saratov e que dois adultos ficaram feridos e quatro automóveis sofreram incêndios durante a queda de escombros.
Na cidade de Sumy, nordeste do país, um centro de assistência social e psicológica infantil e um orfanato foram atingidos na noite deste domingo (1º) por um míssil russo; 13 pessoas ficaram feridas, incluindo quatro menores de idade, informou o prefeito da localidade, Oleksandr Lysenko.
Incursão ucraniana na Rússia
Em território russo, os ataques ucranianos continuam na região de Kursk. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda, em uma entrevista coletiva, que 600 soldados da Rússia foram capturados durante uma operação.
Em encontro com estudantes na Sibéria, o presidente russo Vladimir Putin falou sobre a ofensiva, mas minimizou e disse que a ação inimiga “não alcançou a principal tarefa que se propôs: interromper a ofensiva (russa) no Donbass”.
“Devemos lidar com esses bandidos que entraram no território da Federação da Rússia, em particular na região de Kursk, e que tentam desestabilizar a situação nas áreas de fronteira”, declarou.
Conflito intenso
As defesas aéreas russas interceptaram e destruíram 158 drones ucranianos durante a noite, incluindo dois sobre Moscou e nove sobre a região ao redor, disse o Ministério da Defesa russo neste domingo (1º).
Quarenta e seis dos drones estavam sobre a região de Kursk, para onde a Ucrânia enviou suas forças nas últimas semanas na maior incursão em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial. Outros 34 foram abatidos sobre a região de Bryansk, 28 sobre a região de Voronezh e 14 sobre a região de Belgorod — todas elas fazem fronteira com a Ucrânia.
Drones também foram abatidos mais profundamente na Rússia, incluindo um em cada região de Tver, a noroeste de Moscou, e na região de Ivanovo, a nordeste da capital russa. O Ministério da Defesa da Rússia disse que drones foram interceptados em 15 regiões, enquanto outro governador disse que um drone foi abatido sobre sua região também.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que os destroços de um dos dois drones abatidos sobre a cidade causaram um incêndio em uma refinaria de petróleo.
Os ataques de drones ucranianos levaram a luta para longe da linha de frente, para o coração da Rússia. Desde o início do ano, a Ucrânia intensificou os ataques aéreos em solo russo, mirando refinarias e terminais de petróleo para desacelerar o ataque do Kremlin.
Enquanto isso, o Ministério da Defesa da Rússia disse no domingo que havia assumido o controle das cidades de Pivnichne e Vyimka, na região de Donetsk, na Ucrânia.
As forças russas estão avançando no território ucraniano na região leste parcialmente ocupada, cuja captura total é uma das principais ambições do Kremlin. O exército russo está se aproximando de Pokrovsk, um centro logístico crítico para a defesa ucraniana na área.
Pelo menos três pessoas foram mortas e nove ficaram feridas no domingo em bombardeios russos na cidade de Kurakhove, cerca de 33 quilômetros ao sul de Pokrovsk, disse o governador regional de Donetsk, Vadym Filashkin.
Também no domingo, 44 pessoas ficaram feridas quando a Rússia atacou a capital regional de Kharkiv, também chamada de Kharkiv, disse o prefeito Ihor Terekhov. A cidade foi atingida por 10 mísseis, com um shopping center, uma instalação esportiva e prédios residenciais entre os danificados.
Em outro lugar na Ucrânia durante a noite, oito drones foram abatidos de 11 lançados pela Rússia, de acordo com a força aérea ucraniana.
Uma pessoa foi morta e quatro ficaram feridas em bombardeios durante a noite na região de Sumy, disseram autoridades locais, enquanto o governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, disse que cinco outras pessoas ficaram feridas em sua região.
(Fonte:G1)