Correio de Carajás

Quebradeiras de coco querem mapear fazendas que possuem babaçuais na região

Representantes das Quebradeiras de Coco com a promotora agrária Alexssandra Mardegan

A promotora de Justiça Agrária da Região de Marabá, Alexssandra Muniz Mardegan, realizou, na segunda-feira, 19 de agosto, uma reunião extrajudicial com representantes do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). O encontro, que ocorreu na sede do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadora Rurais, em São Domingos do Araguaia, teve como foco central a preservação dos babaçuais e a regularização fundiária das áreas ocupadas por integrantes do movimento.

O MIQCB é uma rede de organizações voluntárias, formada por grupos de mulheres e cooperativas que atuam desde 1991 na defesa dos direitos das quebradeiras de coco babaçu, buscando garantir o acesso à terra e promover políticas públicas voltadas para o extrativismo sustentável. A organização tem sido uma força importante na luta pela preservação dos babaçuais nos estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins.

Durante a reunião, os representantes do Movimento destacaram a urgência em mapear as fazendas que possuem babaçuais, visando ampliar o espaço disponível para a coleta do fruto.

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A promotora Alexssandra Mardegan ressaltou a importância de se obter informações detalhadas sobre as propriedades que cultivam babaçu, com o objetivo de estabelecer um diálogo eficaz com os fazendeiros. Ela também compartilhou exemplos de colaborações bem-sucedidas entre a Promotoria e sindicatos de produtores rurais.

Outro ponto crucial abordado no encontro foi a preocupação com a destruição das palmeiras de babaçu durante a limpeza de pastos. Foi enfatizado pelos participantes que essas palmeiras não prejudicam o pasto, mas, ao contrário, contribuem para a conservação da água e do solo, além de fornecerem sombra para o gado.

“A reunião extrajudicial é mais um passo na busca pela conciliação entre o desenvolvimento rural e a preservação ambiental, reforçando o compromisso da Promotoria de Justiça Agrária de Marabá em atuar como mediadora em conflitos que envolvem direitos fundiários e a sustentabilidade do extrativismo”, destacou Mardegan. (Texto e foto: PJ Agrária de Marabá)