Um paraense está entre os mortos, vítimas de um trágico naufrágio de um barco rebocador e uma draga em uma região de garimpo, ocorrido nas primeiras horas do último domingo (18), no estado Amazonas. Natural de São Domingos do Araguaia, Amilson Silva da Conceição, de 34 anos, mais quatro colegas de trabalho, não conseguiu se salvar e pereceram nas águas do Rio Altiparanã, um dos afluentes do Rio Solimões, no município de Jutaí no interior do estado, à pouco mais de 900km da capital Manaus.
A prefeitura do município informou que de acordo com um dos três sobreviventes que era por volta das 5h, horário local, a embarcação teria colidido contra um tronco que causou um buraco no transporte, fazendo com que ela viesse a pique. O homem ainda teria informado que todos estavam dormindo na hora do acidente e por isso nem todos puderam se salvar.
A reportagem do Correio de Carajás esteve na casa dos pais de Amilson Silva, localizada na rua Itacaiunas, bairro São Luiz, onde fomos recebidos por Acácio Silva, irmão da vítima. Segundo ele, o irmão já trabalhava na área há bastante tempo como garimpeiro; “ele esteve pela última vez em julho, onde passou 12 dias com a gente. O plano dele nem era voltar mais, mas um proprietário dessa draga chamou ele pra trabalhar, e há aproximadamente um mês ele estava trabalhando de novo”, disse o familiar.
Leia mais:Perguntado, ainda, sobre como a família recebeu a notícia, ele falou que por meio de amigos de Amilson Silva; “Eles ligaram pra gente e falaram que tinha acontecido esse acidente, daí fomos atrás de apurar o que de fato tinha acontecido”.
Ainda de acordo com Acácio Silva, foram momentos de grande angústia termos que acompanhar tudo de longe sem poder fazer nada. “Da madrugada de domingo até encontrar o corpo dele, são 40 horas. O corpo só foi achado já por volta das 21 horas da segunda-feira (19), em adiantando estado de putrefação”, lamentou ele.
Acácio ainda informou que devido ao adiantado estado de putrefação do corpo do irmão, será impossível realizar o velório; “como já fazia muito tempo que ele estava nas águas, e do local do acidente até a cidade ser muito longe, tem o fato de também não ter suporte funerário nessa cidade para o serviço, infelizmente não pôde ser trasladado pra cá. Fizemos o possível pra trazer, mas não tinha como. O corpo dele acabou, então sendo colocado em uma gaveta no cemitério local pro corpo dissecar, e daqui uns três meses será feito a exumação pra enfim sepultamos aqui”, ressaltou ele.
Amilson Silva era casado com uma mulher que conheceu em Manaus, com quem possuía uma filha de 3 anos.
Em uma última descrição de Amilson Silva, o irmão rapidamente completou: “uma pessoa feliz, amável, de muitos amigos e sempre sorridente”, finalizou Acácio Silva.
Para resgates dos corpos foram mobilizados o Serviço de Atendimento Móvel e Urgência (SAMU), Defesa Civil, Guarda Municipal, além de familiares e amigos das vítimas e moradores de Jutaí.
(Luiz Carlos Silva – freelancer)