Correio de Carajás

Consolidação orçamentária e expansão da infraestrutura são foco para o próximo quadriênio

Ao longo de seus 11 anos, a Unifesspa computa aproximadamente 5 mil diplomas emitidos

Francisco e Lucélia venceram a consulta pública e tomarão posse em setembro para o segundo mandato na reitoria da Unifesspa/ Fotos: Evangelista Rocha

Em 15 de setembro de 2024, Francisco Ribeiro, reitor, e Lucélia Cavalcante, vice-reitora, renovam o compromisso e a responsabilidade de gerir a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) pelo próximo quadriênio (2024-2028). Durante a manhã desta terça-feira (13), em um café da manhã com a imprensa local, os dirigentes abordaram os principais pontos para o futuro e apresentaram um condensado de dados sobre o período da primeira gestão (2020-2024), que está findando.

Quando questionado pela reportagem do Correio de Carajás sobre os aprendizados obtidos com erros e desafios no atual mandato, Francisco ressaltou que a experiência é o alicerce para a organização e elaboração das estratégias de gestão.

“Acho que fica o aprendizado para fazer uma gestão mais dinâmica. Que as informações que nós iremos produzir sejam públicas e que cheguem cada vez mais rápido ao nosso público-alvo, que é a comunidade acadêmica”, afirmou.

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Ao dividir as estratégias para o futuro, ele explicou que o plano de gestão para os próximos quatro anos inclui 18 eixos, que têm como foco a consolidação orçamentária, a expansão da infraestrutura, a criação de novos cursos, a internacionalização da universidade e o bem-estar da comunidade acadêmica. A saúde mental dos estudantes e a comunicação transparente com a comunidade acadêmica também são prioridades.

CRESCIMENTO E EXPANSÃO

Atualmente, a universidade possui quase 7 mil alunos matriculados, divididos entre os 42 cursos de graduação, os 18 de pós-graduação e os convênios com o Estado e municípios da região.

A ampliação dos prédios da universidade é essencial para atender à demanda crescente. Francisco destaca a necessidade de garantir a infraestrutura nos campi fora da sede da universidade.

Ao longo dos anos, o espaço físico da universidade aumentou de 10 mil para 50 mil metros quadrados, e novas construções estão previstas no plano de trabalho de Francisco e Lucélia.

Além disso, há algum tempo, um tema é recorrente nas conversas que permeiam o universo da Unifesspa: o curso de medicina.

De acordo com Francisco, ele está em processo de desenvolvimento, passando pelas tratativas internas para aprovação do projeto pedagógico para a criação do curso. O Ministério da Educação (MEC) concedeu 20 vagas para professores, e a instituição está em processo de formulação do processo seletivo para essa contratação. Conforme Francisco, o objetivo é iniciar o curso de medicina em 2025.

REGIONALIZAÇÃO E DESAFIOS

Quando se fala em uma universidade, relativamente nova, inserida no interior da Amazônia, alguns dos desafios destacados por Francisco estão diretamente relacionados a esse contexto. A falta de mobilidade urbana em Marabá e a dificuldade de fixar professores e pesquisadores na região estão entre as adversidades citadas.

A proximidade com as terras indígenas e o território cercado por rios dão à região sudeste do Estado não só uma riqueza geográfica, mas também de diversidade sociocultural. Por isso, Francisco e Lucélia enfatizam a importância da implantação de políticas de ações afirmativas e do trabalho com diferentes grupos e movimentos sociais. Eles acreditam que a academia deve ser um espaço de inclusão e defesa dos direitos humanos.

Números sobre a gestão foram apresentados durante encontro com a Imprensa

ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Dentro dos cursos de pós-graduação ofertados atualmente pela Unifesspa, nove deles são de mestrado acadêmico (formação de professores e pesquisadores) e outros oito de mestrado profissional (desenvolvimento de habilidades específicas para o mercado de trabalho).

Além disso, atualmente, 71,4% dos projetos de pesquisa realizados na academia durante os últimos quatro anos foram feitos nesta região. Analisando esse dado, é possível entender que os estudos colaboram para que mais conhecimento local seja agregado e compartilhado com a comunidade e elevam os níveis de representatividade da Unifesspa dentro e fora de Marabá.

Confira um resumo dos 18 eixos do plano de gestão:

– Ensino de graduação: Fortalecimento dos cursos, enfrentamento à evasão, diversificação do sistema de ingresso, ampliação de bolsas, fortalecimento da formação docente, aprimoramento da gestão acadêmica e garantia do atendimento às especificidades dos cursos.

– Ensino de pós-graduação: Ampliação da oferta de cursos, fortalecimento da pesquisa, internacionalização, apoio à qualificação de técnicos e professores, criação da Editora Universitária e apoio à Associação de Pós-Graduandos.

– Pesquisa e Inovação: Fomento a editais de apoio à pesquisa e inovação, ampliação de bolsas de iniciação científica, fortalecimento dos grupos de pesquisa, incentivo à criação de empresas juniores e startups.

– Internacionalização: Ampliação de intercâmbios, convênios internacionais, oferta de bolsas para estudantes estrangeiros, ensino de idiomas e criação de um portal de internacionalização.

– Extensão: Implementação do Fundo de Apoio à Extensão, curricularização da extensão, fortalecimento de projetos sociais e comunitários.

– Cultura, comunidade e universidade: Criação de um mapa cultural, política de cultura, fortalecimento da agenda cultural, apoio a programas e projetos culturais.

– Esporte e lazer: Fortalecimento de associações atléticas, ampliação da participação em eventos esportivos, criação de espaços para prática esportiva e implementação do Auxílio Atleta.

– Assistência estudantil: Ampliação dos recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), fortalecimento do Programa de Alimentação Estudantil (PAE) e inclusão digital.

– Ações afirmativas, diversidade, inclusão social e equidade de gênero: Criação da Política de Ações Afirmativas e Diversidade, ampliação de cotas para grupos minoritários, fomento a pesquisas sobre gênero e sexualidade.

– Política de acessibilidade: Implementação da Política de Inclusão e Acessibilidade, criação de Núcleos de Acessibilidade nos campi, ampliação de auxílios financeiros para estudantes com deficiência e eliminação de barreiras arquitetônicas.

– Multicampi: Melhoria da infraestrutura dos campi fora de sede, realização de eventos acadêmicos e científicos regionais, ampliação das ações do Departamento de Apoio Psicossociopedagógico (Dapsi) e descentralização da gestão administrativa.

– Gestão e desenvolvimento de pessoas: Mapeamento de competências dos técnicos administrativos, programas de qualificação e capacitação, implementação de programas de saúde e bem-estar, política de igualdade de gênero e flexibilização da jornada de trabalho.

– Planejamento institucional: Discussão do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) com a comunidade acadêmica, realização de diagnóstico institucional e aperfeiçoamento dos mecanismos de avaliação e monitoramento.

– Saúde mental e bem-estar acadêmico: Criação de serviço de Plantão Psicológico, fortalecimento do Núcleo de Serviços em Psicologia (Nupsi), campanhas educativas sobre saúde mental e prevenção de assédios.

– Estratégias de gestão: Fortalecimento da comunicação, promoção de consultas públicas, gestão participativa, captação de recursos, pluralidade nos cargos de gestão e criação da Fundação Unifesspa.

– Tecnologia da informação e comunicação: Ampliação do acesso aos sistemas online, melhoria da conectividade, aquisição de plataformas digitais e modernização da infraestrutura tecnológica.

– Bibliotecas: Construção da Biblioteca Central e de bibliotecas setoriais, ampliação do horário de funcionamento, melhoria da infraestrutura e aquisição de acervos.

– Infraestrutura: Ampliação e modernização da infraestrutura física da universidade, incluindo a construção de novos prédios, laboratórios, espaços de convivência e restaurante universitário.

(Luciana Araújo)