Correio de Carajás

Victória Borges se apresenta lesionada e sai carregada nas classificatórias da ginástica rítmica

Brasileira sentiu o tornozelo antes da apresentação, mas competiu mesmo assim, chorando muito no final e precisando sair carregada

Conjunto do Brasil na ginástica rítmica se desespera após apresentação nos Jogos de Paris em 2024 — Foto: Reuters

O Brasil parou quando Victória Borges saiu carregada após a apresentação do conjunto nas classificatórias da ginástica rítmica. Chorando muito, a ginasta se lesionou depois da primeira apresentação da equipe nesta sexta feira, com o arco. Victória sentiu o tendão no aquecimento antes da segunda série, e voltou à arena para competir com as fitas e as bolas mesmo machucada.

Ao final da segunda apresentação, Victória saiu carregada, chorando muito. Assim como toda a equipe, que pareceu muito abalada. Depois da nota, Duda, líder do conjunto, explicou que Victória já sentia o tendão, mas a dor voltou com mais força na panturrilha esquerda pouco antes da segunda apresentação com as fitas e as bolas, durante um exercício simples de aquecimento:

– A gente queria entrar em quadra para, pelo menos, finalizar a competição, porque a gente trabalhou muito, a gente entregou muito nas mãos de Deus. A gente sabe que faz parte de um propósito, mesmo que a gente não entenda. Ela foi muito guerreira, mesmo sentindo muita dor. Hoje era isso que ela tinha para dar. A gente tentou se unir pra fazer o melhor que a gente podia nesse momento. A gente sabe que atleta está sujeito a esse tipo de coisa, mas ninguém quer, ninguém tá preparado para que seja dez minutos antes de entrar na quadra. Desculpa. A gente deu nosso melhor, nosso máximo, nosso sangue, e a gente não tá falando só daqui, estamos falando de anos de trabalho – disse a ginasta.

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Pouco antes da apresentação do Brasil, a transmissão do sportv mostrou a família de Vicky muito emocionada na arquibancada após serem informados da lesão da ginasta. Naquele momento, a informação não havia sido divulgada ainda, mas percebeu-se que Victória entrou mancando na arena.

O Brasil foi muito bem na primeira apresentação com o arco, somando 35.950 e ficando em quarto após o fim da rotação. Na segunda série das fitas e bolas, com Victória já machucada, a equipe perdeu muitos pontos de execução, já que a ginasta não conseguiu fazer os movimentos de dificuldade. Com isso, o Brasil caiu no quadro geral ao receber a nota de 24.950.

Depois do esclarecimento de Duda, Deborah também lembrou o momento da lesão de Victória e disse que a equipe pediu para a ginasta voltar à arena mesmo sentindo a panturrilha, para ao menos encerrar a competição.

– A esperança nunca morre. A gente é brasileiro, a gente tenta até o final. Isso para gente foi uma medalha olímpica, porque antes de entrar, ali se concentrando, ela não estava ainda. Foi um desespero para equipe, por isso atrasou. A gente falou: “Vamos tentar, Vick, faz o que você puder, mas vamos tentar”. E quando acabou, a emoção tomou conta, porque a gente tentou, a gente só queria tentar e ela deu isso para gente. Saiba que a gente deu nosso sangue todos os dias. Agente treinou 100%. Quando uma não estava bem, as outras estavam puxando. As treinadoras estavam juntas, a nossa equipe estava unida. A gente fez tudo. Tudo que era possível. A gente tentou até o final, acho que isso é o mais importante – disse Deborah.

O Brasil chegou às Olimpíadas de Paris como um dos favoritos ao pódio do conjunto na ginástica rítmica. A equipe conquistou o ouro no Pan de Santiago e no Mundial de 2024 e foi aos Jogos com Deborah Medrado, Maria Eduarda Arakaki, Nicole Pírcio, Sofia Madeira e Victória Borges. A classificação nesta sexta-feira era praticamente uma certeza, principalmente após a primeira rotação. Apenas Itália, Bulgária e França estavam na frente das brasileiras.

Conjunto do Brasil na ginástica rítmica dos Jogos de Paris em 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Conjunto do Brasil na ginástica rítmica dos Jogos de Paris em 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

A primeira nota foi tão boa que, mesmo com o segundo resultado ruim, a seleção ainda terminou em nono no quadro geral. Por pouco a classificação não veio. As classificadas foram, respectivamente: Bulgária, Itália, Ucrânia, França, China, Israel, Uzbequistão e Azerbaijão.

As classificatórias do conjunto da ginástica rítmica têm duas rotações. Na primeira etapa desta manhã, as ginastas se revezaram entre as apresentações do arco. Após um intervalo, elas voltaram para a segunda etapa, com as rotações das fitas com bolas. Das 14 equipes disputando essa etapa, apenas as oito melhores ao fim das duas séries se classificaram para a decisão, que será disputada no sábado (10), a partir das 9h (Horário de Brasília). Ainda nesta sexta-feira, acontece a final do individual geral, com Bárbara Domingos, às 9h30.

(Fonte:G1)