O dia 30 de março, dia que neste ano relembrou a morte de Cristo, também será o dia de lembrar, com muita tristeza, o fim do ciclo de um indígena que levou o nome de sua aldeia e sua cultura além das quatro linhas. Paulo Aritana Sompré, o Aru, ex-jogador de futebol, fez história ao ser o principal jogador da primeira equipe indígena profissional, o Gavião Kyikatejê.
O ano de 2014 foi o de maior destaque de Aru, seu movimento flechando ao fazer um gol ficou eternizado e foi repetido por dez vezes naquele Campeonato Paraense, chamando a atenção de vários clubes, inclusive de São Paulo, mas o atacante acabou se transferindo para o Palmas, para disputar a Série D.
Aru ainda jogou no Águia de Marabá, Ananindeua, Parauapebas e Imperatriz. O Sompré entrava pintado com as cores indígenas em todos os jogos.
Leia mais:A região conheceu Aru no futebol amador, a alma guerreira era evidente e quem jogou a favor ou contra sentia isso. Aru passou por diversos clubes amadores, foi campeão marabaense pelo Castanheira em 2008, ao lado de outros indígenas bons de bola como: Waytway, Júnior Suruí, Mikine e diversos outros que fizeram daquele marabaense um campeonato especial e a partir daí iniciaram a trajetória para o futebol profissional.
#ANUNCIO
O índio sempre competitivo não ficava fora de uma pelada. No Bairro Amapá, onde foi criado, todas as tardes ia ao campo do Maconhão e como diz na gíria do futebol, “não tirava o pé”.
Nascido em Bom Jesus do Tocantins, a morte de Aru foi recebida com tristeza e todos os jogos que vinham sendo disputado naquele município foram cancelados. Na aldeia, estava acontecendo os tradicionais jogos indígenas, que também foram paralisados. Em Marabá, uma partida entre Morada Nova e D’Paschoal, em que Aru estaria em campo, também foi cancelada. O maior clássico do Norte do Brasil, Paissandu e Remo, teve um minuto de silêncio em homenagem a Aru.
Uma das paixões de Aru era o Cacimbão, time que fundou junto com o irmão Ubirajara Sompré, para valorizar os jogadores do Bairro Amapá. O atacante sempre que vencia e marcada gols, utilizava uma placa com iniciais A.R.U fixada em uma caçamba para brincar com os adversários, para dizer que ali passou um caminhão a fazer estragos.
Outra paixão do jovem índio eram os amigos. Não era comum ver Aru sozinho, geralmente estava cercado de muita gente, mas quis o destino que no dia do acidente Aru estivesse desacompanhado. Muitos desses amigos ainda não acreditam que Aru morreu com uma pancada, pois o ponto mais forte de Aru era a força e persistência. Em campo ele trombava o tempo inteiro e parecia não sentir nada.
Aru sonhava em levar o Cacimbão à Primeira Divisão Marabaense e vinha disputando a Segunda Divisão com o D’Paschoal, com o elenco do time do Bairro Amapá.
Aru vem recebendo centenas de homenagens nas redes sociais e nos eventos esportivos na região. Uma frase muito utilizada por ele vem sendo compartilhada todo momento “Quem comigo não anda, não sabe da minha história”.
O jovem guerreiro morreu aos 31 anos e deixa a esposa, dois filhos e uma legião de amigos órfãos, mas Aru deixa como herança a batalha e persistência que será sempre lembrada por quem o conheceu. O corpo do indígena foi sepultado na aldeia em que vivia. (Márcio Aquino)
O dia 30 de março, dia que neste ano relembrou a morte de Cristo, também será o dia de lembrar, com muita tristeza, o fim do ciclo de um indígena que levou o nome de sua aldeia e sua cultura além das quatro linhas. Paulo Aritana Sompré, o Aru, ex-jogador de futebol, fez história ao ser o principal jogador da primeira equipe indígena profissional, o Gavião Kyikatejê.
O ano de 2014 foi o de maior destaque de Aru, seu movimento flechando ao fazer um gol ficou eternizado e foi repetido por dez vezes naquele Campeonato Paraense, chamando a atenção de vários clubes, inclusive de São Paulo, mas o atacante acabou se transferindo para o Palmas, para disputar a Série D.
Aru ainda jogou no Águia de Marabá, Ananindeua, Parauapebas e Imperatriz. O Sompré entrava pintado com as cores indígenas em todos os jogos.
A região conheceu Aru no futebol amador, a alma guerreira era evidente e quem jogou a favor ou contra sentia isso. Aru passou por diversos clubes amadores, foi campeão marabaense pelo Castanheira em 2008, ao lado de outros indígenas bons de bola como: Waytway, Júnior Suruí, Mikine e diversos outros que fizeram daquele marabaense um campeonato especial e a partir daí iniciaram a trajetória para o futebol profissional.
#ANUNCIO
O índio sempre competitivo não ficava fora de uma pelada. No Bairro Amapá, onde foi criado, todas as tardes ia ao campo do Maconhão e como diz na gíria do futebol, “não tirava o pé”.
Nascido em Bom Jesus do Tocantins, a morte de Aru foi recebida com tristeza e todos os jogos que vinham sendo disputado naquele município foram cancelados. Na aldeia, estava acontecendo os tradicionais jogos indígenas, que também foram paralisados. Em Marabá, uma partida entre Morada Nova e D’Paschoal, em que Aru estaria em campo, também foi cancelada. O maior clássico do Norte do Brasil, Paissandu e Remo, teve um minuto de silêncio em homenagem a Aru.
Uma das paixões de Aru era o Cacimbão, time que fundou junto com o irmão Ubirajara Sompré, para valorizar os jogadores do Bairro Amapá. O atacante sempre que vencia e marcada gols, utilizava uma placa com iniciais A.R.U fixada em uma caçamba para brincar com os adversários, para dizer que ali passou um caminhão a fazer estragos.
Outra paixão do jovem índio eram os amigos. Não era comum ver Aru sozinho, geralmente estava cercado de muita gente, mas quis o destino que no dia do acidente Aru estivesse desacompanhado. Muitos desses amigos ainda não acreditam que Aru morreu com uma pancada, pois o ponto mais forte de Aru era a força e persistência. Em campo ele trombava o tempo inteiro e parecia não sentir nada.
Aru sonhava em levar o Cacimbão à Primeira Divisão Marabaense e vinha disputando a Segunda Divisão com o D’Paschoal, com o elenco do time do Bairro Amapá.
Aru vem recebendo centenas de homenagens nas redes sociais e nos eventos esportivos na região. Uma frase muito utilizada por ele vem sendo compartilhada todo momento “Quem comigo não anda, não sabe da minha história”.
O jovem guerreiro morreu aos 31 anos e deixa a esposa, dois filhos e uma legião de amigos órfãos, mas Aru deixa como herança a batalha e persistência que será sempre lembrada por quem o conheceu. O corpo do indígena foi sepultado na aldeia em que vivia. (Márcio Aquino)