Correio de Carajás

Tribunal Eleitoral do Pará começa distribuição de urnas eletrônicas

O processo de transporte será feito em duas etapas diferentes

Um total de 22.762 urnas eletrônicas serão usadas nas próximas eleições

O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE do Pará) iniciou esta semana uma nova etapa no processo de preparação para as Eleições 2024, marcadas para 6 de outubro (1º Turno): é a distribuição das Urnas Eletrônicas (UE) para os cartórios eleitorais. Para garantir que todas as 22.762 UE que serão usadas em outubro cheguem em segurança, é preciso uma logística que comporte as peculiaridades físicas do estado – uma área territorial de 1,24 milhão de km², entremeada por rios e mata, além de locais de difícil acesso onde só é possível chegar por via aérea.

O coordenador de Logística de Eleições do TRE do Pará, Dilson Athias, explica que o processo de transporte tem previsão inicial para durar cerca de 20 dias. “Começamos esta semana e devemos encerrar em 16 de agosto, com previsão de que no início de setembro, um mês antes da eleição, todas as zonas do Estado já estejam com suas urnas em mãos, no cartório eleitoral”, destaca.

Mas bem antes disso, as 20.182 urnas efetivas e as 2.580 de reserva (contingência) passaram por um estágio preparatório. “Todas elas já receberam as últimas atualizações de firmware e certificações de segurança, atualizadas no ciclo de manutenção corretiva ocorrida no primeiro quadrimestre do ano de 2024”, detalhou.

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Todo esse processo é realizado no Núcleo Gestor de Urnas do Tribunal, localizado em Ananindeua, na Cidade Nova II, Travessa WE 13. É nesse local que elas ficam guardadas até o dia de seguirem viagem.

O ponto de chegada das urnas é o cartório eleitoral, onde permanecem até o mês de novembro, quando elas devem percorrer o caminho de volta. “Para garantir a segurança delas nesses espaços são utilizadas as mesmas medidas que já existem nos cartórios eleitorais atualmente, por meio de vigilância humana ou eletrônica, a depender do município”, reforça.

Durante essa permanência das urnas nos cartórios eleitorais, elas serão manipuladas somente uma única vez, durante a cerimônia pública de preparação para as eleições. “Nesse momento é quando é feita a carga de dados de eleitores e candidatos de cada seção correspondente. Essas cerimônias ocorrem em todo o Estado nas duas últimas semanas de setembro, com pequenas variações no cronograma a cada ano, mas mantendo esse período médio”, afirma.

LOGÍSTICA

O processo de transporte das urnas eletrônicas foi planejado para ocorrer em duas etapas. “Em uma primeira fase, elas vão sair do Núcleo Gestor de Urnas em direção a 87 zonas eleitorais do Estado, fase que se iniciou no último dia 25. As 14 zonas restantes (zonas de Belém, Ananindeua e Marituba) têm suas urnas armazenadas e preparadas para a eleição no próprio Núcleo, totalizando as 101 zonas eleitorais”, ressalta o coordenador.

Quem “dita” a ordem de saída é a complexidade do transporte a ser usado. “Começamos pelas regiões oeste e sudoeste, seguidas pelas regiões do Marajó, sul e sudeste e, finalmente, ao nordeste do Estado”, informa.

Nessa fase, para fazer esse transporte são utilizadas em torno de 20 carretas, já que nesse momento ainda não há a urgência da eleição, de forma que a movimentação das urnas pode ser feita em um intervalo de tempo maior.

Em uma segunda fase, as urnas serão distribuídas na véspera do dia da eleição, partindo das 101 zonas eleitorais do Estado até os seus 5.800 locais de votação, garantindo dessa forma a votação no dia seguinte. “Ao final, no encerramento da eleição, essas urnas retornam ao cartório, onde são recebidas pela Junta Eleitoral para os procedimentos de apuração”, resume.

Nessa segunda etapa, movida pela urgência das eleições, quando se busca atender em um curto espaço de tempo todos os 5.800 locais de votação do Estado, existe uma operação envolvendo um grande número e tipos de veículos. “No sábado (véspera da eleição) a estimativa é da mobilização de 400 embarcações e 1300 veículos terrestres. Já no domingo, dia do pleito, os números aumentam ainda mais, com 780 embarcações e 3.500 veículos terrestres. Trata-se de uma operação em larga escala, para que a apuração ocorra de forma rápida, eficiente e transparente”, antecipa Athias.

URNAS

Do total de 22.762 urnas eletrônicas que serão usadas nas próximas eleições 4.925 são do modelo 2015; 9.746 do tipo 2020 e 8.091 do mais novo modelo, o 2022.

Para organizar melhor, os modelos de urna são distribuídos por região: as urnas modelo 2015 serão usadas nas regiões oeste (Baixo Amazonas) e sudoeste. Já o modelo 2020 será distribuído pela Região Metropolitana de Belém e no sul e sudeste do Estado, enquanto o modelo 2022 será usado nas regiões nordeste e Marajó.

Existem algumas pequenas diferenciações entre os modelos, mas quase imperceptíveis ao eleitor. O 2022 fará sua “estreia” neste ano de 2024. “Em termos de hardware elas são idênticas às urnas do modelo 2020 – que já foram usadas na eleição passada”, diz o coordenador.

Entretanto, em termos de software, segundo ele, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem algumas mudanças para este ano. “Uma delas é a utilização do número do CPF (ou do título eleitoral) para identificação do eleitor na urna, além de diversas melhorias no procedimento de votação, tanto para o eleitor quanto para os mesários que operam a urna”, detalha.

NOVIDADES

A partir das eleições de 2022, a Justiça Eleitoral começou a usar intérpretes de Libras na tela da urna, indicando os cargos que estavam sendo votados. Para este ano, a principal mudança é a melhoria significativa na vocalização do voto para aqueles eleitores com deficiência visual, com o uso de fones de ouvido.

A voz feminina sintetizada batizada de “Letícia” oferecerá instruções básicas para a cotação, informando o cargo que está em votação no momento, os números digitados e o nome da candidatura escolhida.

(Com informações do TRE)