Correio de Carajás

Peças sacras desaparecidas desde 1970 são devolvidas à catedral de Belém pela PF e Iphan

Os objetos foram extraviados na década de 1970 e iriam ser leiloados na cidade do Rio de Janeiro.

Tocheiros foram confeccionados em Lisboa, no século XIX. — Foto: Divulgação

Atualização 24 de julho de 2024 por Redação

Duas peças sacras da Catedral de Belém, que estavam desaparecidas há mais de 40 anos, foram recuperadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Polícia Federal na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Tratam-se de dois castiçais fabricados em Portugal, no século 19, que iriam à leilão na internet.

As peças devem chegar de volta à capital paraense no próximo sábado (27), um dia antes do aniversário de 407 anos da Paróquia Nossa Senhora da Graça – a Catedral de Belém.

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Segundo o monsenhor Agostinho Cruz, responsável pela Cura da Catedral, os objetos são parte de um conjunto exposto no altar-mor do templo, do qual tinha restado, até então, apenas um crucifixo. “É uma peça que ainda está em uso litúrgico na igreja”, reforçou.

A administração da catedral não tem a data exata de quando as peças foram extraviadas. Sabe-se apenas que isto teria acontecido durante a década de 1970.

Peças sacras que pertencem ao acervo da Catedral de Belém foram recuperadas no Rio de Janeiro. — Foto: Divulgação/Arquidiocese de Belém
Peças sacras que pertencem ao acervo da Catedral de Belém foram recuperadas no Rio de Janeiro. — Foto: Divulgação/Arquidiocese de Belém

Os castiçais – ou tocheiros – estavam disponíveis para leilão na internet, na cidade do Rio de Janeiro. O Iphan, ao tomar conhecimento da venda das obras, acionou a Polícia Federal e começou o trabalho de investigação para identificar e confirmar a origem das peças sacras.

Em um dos castiçais está escrito em latim SIGILLIUM CAPITULI CHATEDRALIS ECCLESIAE MAGNI PARÁ – MATER GRATIE, que quer dizer ‘Selo do Cabido da grande Igreja Catedral Pará – Senhora da Graça’, uma referência ao verdadeiro nome da Catedral, que é Paróquia Nossa Senhora da Graça.

Na base das peças estão gravadas ainda a imagem de Nossa Senhora da Graça.

Diante das características, o Iphan encontrou entre os arquivos uma fotografia interna da Catedral de Belém, na qual são observadas peças sacras com a mesma característica dos castiçais que iriam ser leiloados.

O crucifixo que faz parte do conjunto, e que foi citado pelo monsenhor Agostinho Cruz, possui os mesmos detalhes e brasão dos castiçais. Isto facilitou a perícia e reconhecimento dos objetos, que foram confeccionados entre os anos de 1822 e 1870, em Lisboa.

Os objetos recuperados foram entregues ao Diretor da Festa de Nossa Senhora de Nazaré, Antônio Salame, no Rio de Janeiro, que representou a Arquidiocese de Belém, e está responsável pelo transporte dos tocheiros para a capital.

Peças foram extraviadas na década de 1970 e iam à leilão na internet. — Foto: Divulgação
Peças foram extraviadas na década de 1970 e iam à leilão na internet. — Foto: Divulgação

Para a Arquidiocese de Metropolitana de Belém, o retorno das peças sacras marca um momento histórico para a Igreja Católica na Amazônia, no qual a Paróquia Nossa Senhora da Graça (a Catedral), que completará 407 anos, no próximo dia 28 de julho.

(Fonte:G1)