Correio de Carajás

FIFA abre investigação sobre cantos racistas de jogadores argentinos em comemoração

Momento foi transmitido por live no Instagram durante comemorações pela vitória da Copa América; canção faz menção à ancestralidade de jogadores franceses

Enzo Fernandez, jogador da Argentina /Foto: Reprodução

A Fifa anunciou nesta quarta-feira, 17, a abertura de uma investigação sobre os cânticos racistas de jogadores argentinos contra a seleção francesa durante as comemorações no ônibus do time após a vitória na final da Copa América. O caso também levou o clube inglês Chelsea a abrir um processo disciplinar contra o meio-campista argentino Enzo Fernández, que gravou e transmitiu ao vivo o vídeo que registrou a situação.

“A FIFA tomou conhecimento de um vídeo que circula nas redes sociais e o incidente é objeto de uma investigação”, afirmou em um comunicado. “A FIFA condena firmemente todas as formas de discriminação, venham de onde vier, incluindo jogadores, adeptos e responsáveis”, declarou a Federação, ao qual recorreu nesta terça-feira, 16, a Federação Francesa de Futebol (FFF).

Na segunda-feira, a transmissão das comemorações mostrou jogadores argentinos no ônibus do time iniciando um canto racista contra os franceses e logo em seguida a live sendo encerrada.

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Enzo Fernandez cantos racistas Argentina seleção(Foto: @enzojfernandez via Instagram / Estadão)

A versão completa foi cantada por torcedores argentinos ao vivo na televisão durante a Copa do Mundo de 2022, no Catar, em que a Albiceleste venceu a França nos pênaltis. “Eles jogam pela França/mas são de Angola/que bom que eles vão correr/se relacionam com travestis/a mãe deles é nigeriana/o pai deles cambojano/mas no passaporte: francês”, afirma a canção.

Os versos fazem menção a ancestralidade de jogadores franceses visto que muitos são filhos de imigrantes, e a um boato de que o atacante Kylian Mbappé já se relacionou amorosamente com uma mulher trans, a modelo Inès Rau.

Na terça-feira, a FFF anunciou que levaria o caso à FIFA e que apresentaria queixa à justiça “por palavras ofensivas de carácter racial e discriminatório”.

(Fonte: Terra/AFP)