Foi realizado nesta terça-feira, 9, em Itupiranga, Sessão do Júri que julgou o cabo da Polícia Militar Elvis Fernandes. Após quase 10 horas de deliberação, o conselho de sentença absolveu Elvis Fernandes, conhecido como “Cabo Elvis”, acusado de assassinar Rozivaldo Luz dos Santos com quatro tiros no dia 9 de dezembro de 2016. O julgamento foi marcado por intensos debates entre a defesa e a acusação.
Os advogados de defesa, Odilon Vieira Neto e Diego Adriano Freires, argumentaram pela ausência de materialidade do crime, haja vista que o laudo apresentado pela Polícia Civil se tratava de outra vítima, que havia morrido na cidade de Marabá, sustentando assim que não havia provas suficientes para condenar seu cliente. Em contrapartida, o representante do Ministério Público solicitou a condenação de Cabo Elvis por homicídio triplamente qualificado, destacando a gravidade do crime cometido.
Após uma longa análise dos argumentos e das provas apresentadas, os jurados optaram por absolver Elvis Fernandes. Com isso, ele teve sua liberdade concedida imediatamente após o término da sessão.
Leia mais:O caso, que havia gerado grande comoção na cidade de Itupiranga no ano de 2016, a morte da vítima aconteceu em período que a cidade testemunhava vários assassinatos e com a possível existência de um grupo de extermínio composto por vários policiais militares.
Milícia em Itupiranga
Em 2016, a cidade de Itupiranga foi palco de intensas operações policiais devido à atuação de uma milícia que aterrorizava a comunidade. O grupo paramilitar impunha medo e violência, controlando territórios e extorquindo moradores e comerciantes locais. A atuação da milícia culminou em vários crimes violentos, incluindo o assassinato de Rozinaldo, que levou à acusação de Elvis Fernandes.
A presença e influência da milícia em Itupiranga destacaram a necessidade de medidas urgentes para combater tais organizações criminosas. A polícia intensificou as operações e prisões, visando desarticular o grupo e restabelecer a ordem na cidade. Na ocasião, uma das mortes atribuídas a esse grupo foi a do conselheiro tutelar Rondinelle Wagner Salomão Maracaipe, assassinado em via pública no dia 11 de janeiro de 2017.
A defesa destaca que “em casos como o de Elvis Fernandes, o júri tem a responsabilidade de avaliar cuidadosamente todas as evidências apresentadas, ouvir os argumentos da defesa e da acusação, e deliberar com base na justiça e na verdade. Este processo é essencial para assegurar que o veredicto seja justo e que os direitos do acusado sejam respeitados”, disseram os advogados do réu.
(Divulgação)