Correio de Carajás

Marinha quer barcos de Marabá com rádio, extintores e boia

Fiscalização começou há dois dias, com autuação de embarcações e barqueiros prometem paralisação

Nesta imagem, de arquivo, a mesma fiscalização realizada em Marabá no ano passado

Uma equipe de militares da Capitania dos Portos, oriunda de Belém, chegou a Marabá na quinta-feira (4) e já começou uma fiscalização considerada rigorosa nos barcos que transportam passageiros entre a orla da cidade e a Praia do Tucunaré, no Rio Tocantins. Segundo os barqueiros, que se mostraram surpresos com a exigência, os oficiais da marinha cobram que as embarcações possuam rádio comunicador, extintores de incêndio e uma boia, além dos coletes salva-vidas, item já cobrado em anos anteriores.

A ação não é por acaso, pois neste domingo começa o chamado “veraneio oficial” em Marabá, quando a praia passa a contar com policiamento regular, feito pela Polícia Militar, além da atuação do Corpo de Bombeiros, com os chamados guarda-vidas. O embarque de passageiros passa a ser acompanhado pelas autoridades, assim como a praia ganha a delimitação dos locais para banho e de proibição de embarcações.

RIGOR

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Os militares da Marinha, quando chegam a Marabá, não falam com a imprensa, sob a alegação de que apenas a assessoria da Capitania dos Portos pode dar entrevista. O CORREIO tentou contato ontem e não foi atendido.

Já os barqueiros fazem queixa da ação considerada muito rigorosa por eles e afirmam estarem sendo pegos de surpresa com exigências que não foram realizadas previamente. Eles citam que já neste ano de 2024, há dois meses, houve um trabalho da Marinha para emissão de habilitações e regularização dos barcos, mas que naquela ocasião nada foi dito sobre os itens: boia, rádio e extintor.

Edivaldo Pereira, presidente da Associação dos Transportadores Marítimos de Carga e de Passageiros de Marabá (Astrama), entidade que congrega os chamados rabeteiros, disse que os 57 membros estão regulares, habilitados, mas que agora terão custos inesperados com a nova exigência.

“Todos estamos regulares e os barcos com coletes, que sempre foi a exigência colocada, e isso nós estamos cumprindo”, diz Edivaldo, lamentando que não tenha ocorrido um novo trabalho de conscientização e apresentação desses novos itens. Ele confirmou que a Marinha já tem autuado barqueiros e que o aviso é de que vai continuar autuando quem não estiver com os itens de segurança completos.

Questionado sobre os rumores de que os barqueiros podem realizar uma paralisação em protesto, Edivaldo disse que existe a possibilidade, sim, e que provavelmente será neste domingo. Mas ele ainda confia em uma saída negociada com os militares, para adequação.

O presidente dos rabeteiros ainda afirmou ao CORREIO que existem muitos clandestinos usando canoas para atravessar passageiros por conta própria, à revelia das autoridades e que estes, sim, deveriam estar no foco da fiscalização. (Da Redação)