De 5 a 27 de julho, acontece a 17ª edição do Festival Latinidades, um projeto de mulheres negras do Brasil, que se tornou o maior festival deste segmento da América Latina. Criado em 2008 por Jaqueline Fernandes, que até hoje está à frente da coordenação, em 2024 o festival homenageia Alaíde Costa, Rita Marley, Sandra de Sá e Sister Nancy, além de celebrar os 30 anos da data máxima de luta do movimento negro no Brasil.
É na figura da negra brasileira Tereza de Benguela, símbolo de resistência, que se asseguram as forças de outras mulheres negras que resistem em seus vários territórios nacionais.
Nesta edição, haverá a participação de Kiki Oliver, representando a cidade de Parauapebas, no sudeste do Pará, que irá ministrar uma oficina de Danças Paraenses. A ação acontece neste sábado, dia 6, às 10 horas, no Largo Quincas Berro D’água.
Leia mais:Para Kiki, que é produtora cultural, proponente do Festival Multilinguagens de Cultura Negra ‘Na Pele’ e autora do livro “Kalu quer voar”, participar do Latinidades é um reconhecimento de um trabalho que ela vem desenvolvendo na região nos últimos anos no campo do letramento racial, nas pautas antirracistas e da valorização da mulher negra que resiste no sudeste paraense.
Kiki Oliver é mãe, negra, escritora, pesquisadora, educadora, gestora pública e artista da dança e do teatro que vive em Parauapebas há mais de 35 anos. Mestra em Arte da Cena, ela tem se dedicado nos últimos anos a pesquisar sobre questões raciais, cultura popular e dança inclusiva.
Além do seu último trabalho, “Kalu quer voar”, livro infanto-juvenil que está com convite para ser lançado na Feira do Livro de Maputo (FLM), em Moçambique, em outubro, a autora possui ainda “De que cor eu sou?”, “Por que eles têm e eu não?” e “Minha Família é Diferente da Sua. E agora?”. Nos últimos meses, tem se dedicado à escrita do livro “De repente Negra?” e da obra “O Monstrinho Azul da Flor Amarela”, recém-aprovado pela Lei Rouanet Norte e que será produzido totalmente em Braille.
A programação do dia 6 de julho está fortíssima e tem, além da oficina ministrada por Kiki Oliver, atividades em espaços literários, recital, oficina de tranças, palestra e shows com mulheres negras da cena musical internacional.
A artista Kiki ressalta a importância de ter participado da última edição como ouvinte e espectadora e hoje estar como proponente de uma atividade cultural. Suas expectativas são de, numa próxima edição, voltar para mostrar outros lados de sua produção de conteúdo ligados às questões raciais, como por exemplo seu trabalho na literatura e nas redes sociais.
O festival é uma realização da Rede Afrolatinas, Governo do Estado da Bahia, Funarte e Ministério da Cultura, com a parceria do Centro de Mujeres Afro e Juristas Negras. (Divulgação)