Correio de Carajás

Vídeo de câmera de segurança traz novas informações sobre a morte de policial

Imagens de câmeras de segurança podem ajudar a polícia a entender como o crime aconteceu

Um vídeo, que registra o momento do baleamento de Carlos Júnior da Silva Melo, sargento da Polícia Militar em Marabá, traz uma nova versão para o crime que ocorreu na madrugada desta segunda-feira (1º). A vítima e o homem apontado como autor dos disparos que tiraram a vida do policial, Wilson Carlos Araújo Júnior, aparecem em cena.

A câmera de segurança está distante do local onde o crime ocorreu, mas é possível observar alguns elementos de como se deu a ação. Logo no início da gravação, no lado direito da tela, uma pessoa está caída no chão, aparentemente uma mulher, e um homem está interagindo com ela.

Instantes depois é possível ver ao fundo o sargento (camisa vermelha) e Wilson (camisa cinza) discutindo. Em determinado momento, o policial acerta o outro homem, que dá alguns passos para trás devido à violência da agressão. Conforme o relato do delegado Luiz Otávio para a reportagem do Correio de Carajás, este seria o momento em que Carlos dá uma coronhada na boca de Wilson, o que foi informado pelo suspeito e por testemunhas à Polícia Civil.

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Na sequência, a luta corporal continua e, embora não seja possível confirmar devido à distância entre a câmera de segurança e a cena, ao que parece ambos estão disputando a posse de uma arma de fogo. A filmagem captura o momento em que alguns tiros são disparados, enquanto Wilson e Carlos lutam até caírem no chão. Em seguida, Carlos empunha o revólver e atira contra o rosto do sargento. Com a vítima deitada no chão, ele ainda dá diversas coronhadas nele.

Após as agressões, Wilson levanta e caminha para um local que está fora do perímetro da filmagem.

Durante todo esse tempo, a mulher que aparece no chão continua lá, se movendo esporadicamente e sendo amparada pelo mesmo homem. Nem mesmo os tiros, que espantam outras pessoas que estão em volta, assustam os dois.

Algum tempo depois uma camionete Toyota Hilux aparece na imagem. De acordo com informações da polícia, era Wilson quem estava dirigindo. Algumas pessoas tentam correr atrás do veículo, mas ele acelera e passa por cima da mulher, que gira no chão devido à violência do impacto. Mais alguns instantes e uma viatura da Polícia Militar é vista perseguindo o atirador. Ao final, várias pessoas se aglomeram em volta do corpo do policial e também da mulher que está caída no chão, agora imóvel.

O QUE DIZ O RELATO POLICIAL

O relato inicial da Polícia Civil não fornece detalhes sobre o ocorrido. Ele narra sobre o baleamento do policial, a tentativa de fuga de Wilson e o atropelamento da mulher, identificada no boletim de ocorrência como Mikaelle de Souza Machado. Além disso, também é dito que a equipe plantonista foi até o Hospital Municipal de Marabá (HMM) para verificar o estado de saúde e soube que a mulher não corre risco de morto. Além de ter sido atropelada, é descrito que ela foi atingida com dois disparos, mas não há detalhes do momento em que isso ocorreu e se ela já estava ferida no início da gravação de vídeo.

Já o delegado Luiz Otávio e outros policiais relataram à reportagem, pouco tempo após o crime, informações diferentes das mostradas nas imagens. Contudo, é importante ressaltar que até aquele momento a polícia sabia dos fatos narrados apenas por testemunhas, sem acesso às imagens de câmeras de segurança.

Nessa versão, o sargento e a esposa (que também estava no local) tiveram uma briga de casal. Na sequência, Wilson teria chamado a mulher para ir embora com ele, atitude que irritou o policial e deu início a uma briga entre os homens.

Durante a discussão, o suspeito levou uma coronhada na boca e perdeu alguns dentes. Para revidar a agressão, o suspeito teria ido até seu carro, onde pegou um revólver calibre 38 e atirou três vezes contra a vítima.

A arma do crime foi encontrada pela polícia no banco do carona, com cinco munições deflagradas.

As imagens da câmera de segurança devem ajudar a polícia a elucidar todas as circunstâncias do crime. (Luciana Araújo)