Débora Falabella foi perseguida durante anos por uma fã, que chegou a aparecer na porta do condomínio onde ela mora, em São Paulo. A stalker é moradora do Recife, em Pernambuco, e foi ao endereço da atriz de carro, com malas. Ela pediu para entrar, mas não foi recebida.
No mesmo dia, no início da noite, a mulher voltou ao endereço e encontrou uma funcionária de Débora passeando com um cachorro. Ela disse à moça que mantinha “encontros telepáticos” com a artista, além de gritar seu nome. O episódio aconteceu em julho de 2022, e motivou a apresentação de uma representação contra a mulher, pelo crime de perseguição, ou stalking. A pena vai de 6 meses a 2 anos.
A existência da stalker foi revelada por Débora em entrevista ao jornal O Globo. O histórico de perseguição começou em 2013, quando a fã entrou no mesmo elevador que a atriz e pediu uma foto.
A mulher, hoje com 40 anos, passou a enviar presentes ao camarim de locais onde a artista se apresentava, além de cartas com teor íntimo e invasivo e mensagens intimidantes pelo celular. Em 2015, Débora se apresentava no teatro Sesc Copacabana e aguardou num local restrito para, ao fim da peça, tentar forçar a entrada no camarim. Ela foi retirada à força por seguranças.
“Fico com medo, porque nunca se conhece o outro, nunca se sabe o que vai vir. Atinge muita gente, meu núcleo familiar. É chato. Chato por tudo, porque também quero que ela fique bem”, disse a atriz ao jornal. “É algo de que evito falar. Porque tem a minha história e a história dela que, com certeza, tem problemas. Estão cuidando para que seja da forma melhor possível, tanto para mim quanto para ela. A gente viu Bebê Rena… Nunca tive contato, não a conheço. É essa relação de fã. É ruim”.
Na série Bebê Rena”, da Netflix, uma mulher chamada Martha (Jessica Gunning) aborda o aspirante a comediante Donny (Richard Gadd, ator e autor da obra) enquanto ele trabalhava em um bar em Londres. Gadd que diz que a série é baseada em sua história real e alega que foi stalkeado obsessivamente por Martha.
Fiona Harvey, mulher que diz ter inspirado a personagem Martha, processou a Netflix. Ela pede indenização de pelo menos US$ 170 milhões e diz que está sendo vítima de difamação, violência emocional, negligência e violação de direito.
No caso de Débora, a stalker chegou a ser presa preventivamente no Recife, em fevereiro de 2024. A suspeita solicitou a revogação da prisão e alegou transtornos mentais (esquizofrenia e bipolaridade), mas a Justiça negou o pedido e reiterou a necessidade de realização de um exame psiquiátrico.
Após perícia psiquiátrica, ela foi diagnosticada com esquizofrenia. O laudo pericial a considerou inimputável (incapaz de compreender a ilicitude de seus atos) e sua prisão preventiva foi revogada, mas ela ainda deve cumprir todas as medidas cautelares de afastamento da atriz.
Fonte: O Tempo