A Prefeitura de Marabá e a empresa Engecol, responsáveis pela obra de construção de um túnel sob a rodovia BR-230, entre as folhas 32 e 33, estão com um grande abacaxi para resolver: um afundamento em parte das duas pistas que além de estar visível e incomodar os milhares de veículos que passam pelo local diariamente, apresenta uma rachadura, indicando possível dano à principal via que corta o município, ligando a Nova Marabá ao Núcleo Cidade Nova.
A Reportagem do CORREIO foi avisada sobre a depressão nas duas pistas no início da tarde desta segunda-feira, 10, por um motorista de caçamba, conhecido como José Alves. Ao chegar ao local, a reportagem percebeu o afundamento da rodovia e os veículos que passavam nos dois sentidos da rodovia baixavam e subiam, correndo risco de ocorrer um acidente em poucos dias, caso não haja solução para o problema.
Do lado da Folha 32, na entrada do túnel, um grupo de trabalhadores da empresa Engecol realizavam os serviços como se nada tivesse acontecendo. No local, a Reportagem identificou o engenheiro civil Carlos Eduardo Rodrigues, responsável técnico pela obra.
Leia mais:Questionado se sabia da existência da depressão, ele mostrou-se surpreso e acompanhou a Reportagem ao local e também ficou preocupado com a situação. Inclusive, identificou uma fissura, mas ponderou que será necessária uma avaliação mais aprofundada por uma equipe técnica para avaliar a extensão dos danos e se eles teriam relação com a escavação para a construção do túnel.
A Prefeitura de Marabá, por meio da Secretaria de Comunicação, enviou a seguinte nota:
“A Prefeitura de Marabá informa que está ciente do afundamento na rodovia Transamazônica e já tomou algumas medidas para garantir a segurança e a integridade das nossas infraestruturas que são: vistoria no local para verificar a relação da obra com o afundamento; intervenção imediata com preenchimento de massa asfáltica, com previsão de ocorrer na manhã desta terça-feira”.
Em uma reportagem publicada no site da Prefeitura de Marabá, há informação de que a obra do túnel é feita através de uma tecnologia não destrutiva, ou seja, consegue ser realizada sem cortar a pista e interromper o trânsito. O pedestre atravessaria a marginal normal, na faixa, e a pista principal de velocidade, que é a rodovia, o pedestre atravessaria por baixo dela. O túnel tem um comprimento de 32,66 metros com altura de 2,60 e largura de 2,75 metros.
O principal objetivo do túnel é servir de passagem, principalmente para as crianças e adolescentes que estudam nas escolas Pequeno Príncipe, na Folha 32, e Escola Duque de Caxias, que fica na Vila Militar Castelo Branco, para que atravessem em segurança a rodovia.
Em março deste ano, quando o inverno estava intenso, houve erosão nas duas cabeceiras do túnel e a Prefeitura precisou utiliza os chamados rip raps (sacos com areia e cimento), enquanto em outro recorreu a bueiros (enchendo com aterro e depois concretar).
O orçamento inicialmente estimado em mais de R$ 2,5 milhões, destinado à drenagem das marginais das Folhas 32 e 33 e à escavação do túnel, já sugere uma obra de envergadura considerável.
A obra foi anunciada em maio de 2023 e deveria durar 45 dias, mas passado mais de um ano, ainda não há previsão para que seja concluído e entregue à comunidade.
(Ulisses Pompeu)