Correio de Carajás

Madrasta é acusada de assassinar o enteado em Marabá

Momento em que os policiais chegam com a acusada à 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil

Na tarde de 1º de março deste ano, um homem morreu com um tiro, dentro de uma casa na Folha 35, periferia da Nova Marabá. O caso foi tratado inicialmente como morte causada por disparo acidental. Mas, passados 76 dias desde que tudo aconteceu, o caso teve uma reviravolta, que culminou na prisão da madrasta da vítima, na tarde desta quarta-feira (15).

A vítima é Samuel Alves dos Reis Cavalcante, de 22 anos. A acusada é Jessyka Barbosa Sampaio, de 26, que foi presa nos fundos da casa onde o crime aconteceu. O assassinato teria motivação passional, segundo apuração do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, que investiga o caso.

Jessyka apresentou uma versão que caiu por terra durante investigação

Na época do crime, quando a Polícia Militar chegou ao local, Samuel já estava sem vida e ao lado do corpo estava Jessyka. Ela informou aos PMs que a arma disparou no momento em que o rapaz a manuseava. Os militares cumpriram sua função inicial, isolando o local e acionando as policiais Científica e Judiciária.

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O Instituto Médico Legal (IML) removeu o corpo da vítima e tudo levava a crer que se tratava realmente de uma morte por disparo acidental. Mas os investigadores da Polícia Civil ficaram com aquela pulga atrás da orelha. Foi aí que a investigação começou.

O primeiro passo foi comparar a versão apresentada pela madrasta com o fato em si e foi aí que o delegado Leandro Pontes, presidente do inquérito, identificou inconsistências. Chamou atenção o fato de que Samuel morreu com um tiro na nuca e não no pescoço, o que prejudicava a hipótese de disparo acidental.

Delegado Leandro Pontes desconfiou da versão de morte acidental desde o princípio

Mas qual teria sido a motivação? Essa é a parte mais chocante da história. “Eles tinham um relacionamento amoroso e no dia que a vítima iria sair de casa, ela ceifou a vítima pelas costas, com um tiro na nuca”, afirmou o delegado Leandro, com exclusividade, à reportagem deste CORREIO.

De lá para cá, Leandro Pontes e sua equipe trabalharam em silêncio, solicitando a prisão preventiva e monitorando os passos de Jessyka, até que o Poder Judiciário deferiu o pedido de prisão nesta quarta, e a Polícia Civil deu cumprimento imediatamente. As investigações continuam.

Jessyka deve ser encaminhada nesta quinta-feira (16) para a Unidade de Custódia e Reinserção Feminina (UCRF) de Marabá.

(Chagas Filho, com informações de Evangelista Rocha)