Correio de Carajás

Maurílio promete retomar transporte entre unidades, caso eleito

Primeiro reitor da Unifesspa busca voltar ao cargo, agora tendo a professora Andrea Novaes como candidata a vice.

Maurílio Monteiro e Andrea Novaes disputam a eleição à reitoria da Unifesspa pela Chapa 1

O Correio de Carajás entrevistou os concorrentes da Chapa 1 para a reitoria da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), composta pelo candidato a reitor Maurílio Monteiro e pela vice Andrea Novaes. Durante a ocasião, foram discutidos diversos tópicos relevantes, que também foram abordados no primeiro debate organizado pela Universidade.

Pontuando que a chapa é um projeto coletivo que busca trilhar um novo caminho em relação aos últimos quatro anos, Andrea explica que a estratégia foi uma “lógica reversa”, na qual, em vez de simplesmente propor ideias, eles se dedicaram a estudar a universidade, ouvindo ativamente a comunidade acadêmica. Isso envolveu um grupo de pessoas em reuniões presenciais e on-line, incluindo estudantes, professores e técnicos.

“É um trabalho com mais de 300 pessoas. Inicialmente eram 100 pessoas e, com esse grupo, fizemos diversas reuniões em vários ambientes, tanto on-line quanto nas casas das pessoas”, diz a candidata a vice-reitora.

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PROJETO DE ESCUTA

Segundo ela, o objetivo foi identificar as demandas essenciais da instituição, abrangendo temas como infraestrutura, urbanismo, concursos para técnicos e docentes, e questões de transporte, tanto no campus quanto na cidade de Marabá.

Maurílio complementa essa abordagem destacando a importância do planejamento participativo. Ele enfatiza que, ao longo desse processo, mais de 1.400 contribuições foram coletadas, resultando na definição de 126 compromissos fundamentados nas necessidades e aspirações da comunidade universitária. Além disso, propôs uma gestão mais transparente, se comprometendo a publicar regularmente os gastos e as ações da universidade.

“Essas escutas geraram um arquivo de 1.402 contribuições. A demanda que mais aparece é sobre graduação, porque tem participação de estudantes, de professores e de técnicos. Eles entraram na plataforma e elencaram várias demandas sobre a graduação, como a melhoria de laboratório, que atualmente está defasado, e atualização dos Projetos Pedagógicos do Curso (PPC)”, exemplifica.

Uma crítica expressada por Maurílio sobre a atuação da gestão é em relação à falta de obras iniciadas nos últimos quatro anos, contrastando com a estrutura existente, que foi na maioria desenvolvida durante sua gestão anterior, de 2017 a 2020. Frente a isso, ele se compromete também a retomar a expansão da universidade, enfatizando a importância de um diálogo aberto e uma administração competente para garantir o uso eficiente dos recursos disponíveis.

No que diz respeito à prioridade da implantação do curso de medicina, Maurílio se mostra cético em relação às promessas da gestão atual, argumentando que não há recursos alocados no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) nem no PPA (Plano Plurianual) para esse fim.

O Correio de Carajás acessou o PAC e, de fato, não consta a construção do Hospital Universitário que complementa a implantação do curso de medicina na Unifesspa.

TRANSPORTE UNIVERSITÁRIO

Outro ponto destacado pelo candidato a reitor durante a entrevista foi a questão do transporte universitário. Maurílio defende veementemente a necessidade de fornecer transporte acessível e confiável para os estudantes, citando experiências passadas e que, segundo ele, foram bem-sucedidas por ocasião de sua gestão anterior.

“Durante os sete anos em que estive na reitoria, tínhamos ônibus disponíveis, então é uma questão viável. O que realmente é inviável é permitir que um aluno chegue atrasado. Muitas universidades no Brasil, embora não sejam a maioria, oferecem transporte entre unidades”, defende.

Quanto à solução para essa questão complexa, Maurílio disse que quando era reitor, havia três ônibus que faziam trajetos rápidos, permanecendo apenas 15 minutos para pegar os estudantes e os técnicos. Segundo ele, é totalmente possível implementar esse tipo de sistema novamente.

Além disso, também acrescenta que, mesmo durante os governos Temer e Bolsonaro, o serviço foi realizado com eficiência.

ORÇAMENTO

No contexto do orçamento universitário, Maurílio criticou o suposto mau uso dos recursos, especialmente em relação aos altos gastos com diárias e passagens. Ele prometeu uma gestão mais focada em acolhimento e transparência na alocação de recursos, priorizando o bem-estar da comunidade acadêmica.

Quando questionado sobre os cortes de recursos mencionados pela gestão atual, Maurílio respondeu enfaticamente que considera isso uma questão de má gestão, citando o exemplo de gastos excessivos com diárias e passagens. “Minha prioridade será o acolhimento e o tratamento respeitoso das pessoas, prometendo mais transparência na gestão”.

Ao ser questionado sobre a transparência dos gastos publicada pela gestão atual, Maurílio disse que, além disso, o que realmente importa é uma gestão orçamentária mais democrática, onde as decisões sobre os investimentos seriam discutidas e decididas de forma transparente no Conselho Universitário (Consur).

Em relação aos cursos de graduação previstos para os próximos quatro anos, Maurílio enfatiza o compromisso de estabelecer um plano de desenvolvimento institucional (PDI) participativo. “No primeiro ano da minha gestão, quero iniciar discussões sobre o PDI, cuja duração será determinada conforme as necessidades e demandas da comunidade acadêmica”, promete.

ACESSIBILIDADE

Quanto à acessibilidade, Andrea cita a importância de adaptar os campi para atender melhor às pessoas com deficiência, incluindo a instalação de banheiros familiares e a cobertura das passagens entre os blocos para proteger os estudantes do sol e da chuva.

“No Campus 1 e 3, até dá para ver algumas obras de acessibilidade, mas nos demais campi, não. Então, por exemplo, a gente tem alunos com deficiências e nanismo. Não há banheiros adaptados para pessoas com nanismo”, lamenta.

RESULTADO DA ELEIÇÃO

Andrea e Maurílio disseram que defendem que só vá ao presidente da República o nome que for mais votado e garantem que, caso fiquem em segundo lugar, abririam mão de assumir o cargo de reitor e vice-reitora.

Para Maurílio, é necessário que o Conselho Superior respeite o resultado das urnas, encaminhando apenas o nome do candidato mais votado para a lista tríplice, em oposição à prática anterior de incluir todos os três candidatos”.

(Ulisses Pompeu e Thays Araujo)