Já imaginou saborear um chocolate selvagem diretamente da Amazônia nesta páscoa? O presidente da França, Emmanuel Macron, é um dos sortudos que poderá degustar esse sabor único. O líder de estado retornou para casa depois da visita ao Brasil com muitos “mimos'”, entre eles, um kit de doces artesanais produzidos na Ilha do Combu, em Belém.
🍫 Durante a visita à fábrica de chocolate “Filha do Combu”, Macron recebeu uma cesta com chocolates contendo diversas iguarias produzidas com cacau puro e orgânico amazônico.
Para quem é apaixonado por doce, a lista a seguir é pra deixar com água na boca. Macron atravessou a Europa com brigadeiros da floresta, doce de cupuaçu, nibs de cacau orgânico e chocolates finos da Amazônia com 50% à 64% de puro cacau, além de licor de cacau.
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Os produtos foram plantados e produzidos pela produtora rural Izete Costa, mais conhecida como Dona Nena. Ela é criadora da fábrica cacaueira e uma grande percursora do empreendedorismo ribeirinho da região.
“Esse momento de valorização da produção do cacau da floresta amazônica para nós é um momento de afirmação, por isso nós escolhemos os itens que são mais representativos da nossa produção”, revelou Dona Nena.
🔎 Conheça abaixo os produtos levados por Macron para a França:
- Brigadeiro da Floresta
O doce tradicional brasileiro é produzido apenas com dois ingredientes: amêndoas de cacau e leite condensado.
A massa é feita com as amêndoas moídas, que são levadas ao fogo junto com o leite condensado até atingir o ponto de brigadeiro.
Depois de frios, são montados as bolinhas e adicionados os nibs que oferecem crocância e equilíbrio entre amargor e doce.
- Doce de cupuaçu
A receita leva apenas polpa de cupuaçu e açúcar orgânico, sendo o grande segredo para durar mais o tempo certo do colhimento e cozimento. Segundo a produtora o doce pode durar até 90 dias.
- Nibs de cacau orgânico
O alimento surge a partir de amêndoas de cacau torradas e trituradas, contendo um teor de amargor moderado.
Dona Nena explica que podem ser consumidas com frutas, iogurtes, mel, sorvetes e doces em geral.
- Chocolates finos
Macron recebeu barras de chocolate da Filha do Combu com teor de intensidade em 64%, 55% e 50 % cacau.
“Acredito que o que mais os surpreendeu aqui foi a possibilidade de fazer uma transformação do cacau em chocolate no meio da floresta, pois é algo que, claro, impressiona, principalmente os franceses, que não têm áreas de floresta onde o cacaueiro cresce de forma nativa”, compartilhou.
O espaço localizado na beira do rio e no meio da floresta Amazônica também recebeu na última terça-feira (26) o presidente Lula e diversos ministros brasileiros e na oportunidade foram apresentados alguns dos trabalhos realizados no local.
O presidente francês ainda chegou a manusear algumas das ferramentas que são utilizadas para a produção dos doces e a experimentar durante o coquetel o chocolate quente feito com cacau selvagem da Amazônia.
Troca de experiências 🔁
Dona Nena também foi presenteada com doces, Macron a trouxe um combo de chocolates franceses que segundo ela ainda não conseguiu experimentar, mas que deseja fazer com calma para apreciar e comparar com a própria produção local.
“Tenho ideia que deve ser um chocolate muito bem feito e vamos comparar. Estamos na ansiedade para verificar, provar e sentir a diferença entre o nosso chocolate e o chocolate que os franceses mais apreciam”, contou a produtora.
As trocas de experiências entre os sabores da Amazônia e os chocolates da França não são algo recente. Em 2020, Belém recebeu uma uma comitiva de empresários franceses que firmaram parcerias entre o mercado local para a exportação dos produtos.
No ano passado, oito produtores dos municípios de Altamira, Medicilândia e Novo Repartimento participaram do evento Missão Europa 2023 onde colocaram em exposição produtos feitos a partir da amêndoa de cacau de origem.
O Pará é considerado um líder nacional de exportação com mais de 152 mil toneladas e no meio de toda a produção cerca de 46% é exportado para todo o Brasil.
Investimentos no Cacau
No Pará, já é realizado um projeto sustentável, chamado “Sustenta e Inova”, realizado pelo Sebrae e financiado pela União Europeia.
A iniciativa desenvolve práticas sustentáveis, inclusive no cultivo de cacau orgânico, em três regiões do Pará: Xingu, Capim e Marajó, no estado do Pará.
O projeto visa não apenas promover a produção orgânica, mas também garantir condições justas de trabalho e contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões envolvidas.
“Esse caminho de bioeconomia que nós escolhemos é um trabalho sustentável, que se preocupa com empregar pessoas da ilha, principalmente mulheres, que querem sua independência financeira, querem trabalhar em um projeto em que elas se sentem bem”, finalizou Dona Nena.
(Fonte:G1)