A Polícia Federal está indo cada vez mais longe na investigação de um esquema criminoso de grandes proporções ocorrido em Marabá e que fraudava o Exame Nacional do Ensino Médio, o popular ENEM. No centro das investigações está o jovem marabaense André Ataíde, estudante de medicina da Universidade do Estado do Pará, preso na tarde desta sexta-feira, 29, após se refugiar na casa de parentes, em Belém, para tentar fugir das garras da PF.
André foi preso em Belém às 14h30 desta sexta-feira por falsidade ideológica e uso de documento falso, além de estelionato. Mas a nota da Polícia Federal está deixando muitos outros estudantes de medicina em Marabá tensos, porque também podem ser descobertos e expostos nos próximos dias.
Segundo a Polícia Federal, durante a análise dos materiais apreendidos com André – como celular e notebook – foram localizados diversos outros crimes como realização de inúmeras provas de vestibulares de medicina de faculdades particulares, falsificação de documentos como RG’s, cartões do SUS, atestados médicos, receitas médicas, produção de cena de sexo explicito com adolescente, etc. Os crimes que não guardam conexão com crimes federais foram descobertos fortuitamente durante a análise de parte dos materiais apreendidos.
Leia mais:Segundo a PF, as investigações seguem em andamento, também para descobrir se existem outros aprovados irregularmente por meio do esquema criminoso. Se confirmada a hipótese da PF, os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, entre outros.
A prisão de André faz parte da operação Passe Livre, deflagrada dia 16 de fevereiro deste ano, em Marabá, a qual revelou que André teria feito prova do ENEM no lugar de Eliésio Athaide e Moisés Assunção, em 2022 e 2023, respectivamente.
A Reportagem do Correio entrou em contato com a defesa de André, que enviou a seguinte nota: “A defesa de André argumenta que a prisão é medida extremamente gravosa, haja vista que o estudante André, desde o primeiro momento das investigações, tem contribuído com a autoridade policial. De imediato irá solicitar a revogação da prisão do seu cliente.” (Ulisses Pompeu)