Após a prisão do ex-jogador de futebol Robinho e a condenação do também ex-atleta, Daniel Alves, o Esporte Clube Bahia lançou, na última sexta-feira, 22, um vídeo se posicionando contra a cultura do estupro. A produção foi veiculada nas redes sociais do clube e faz parte da campanha “A culpa é sua, o corpo não”, lançada pela equipe baiana neste mês de março, alusivo aos direitos femininos.
A equipe já havia divulgado um outro material no último dia 8, data internacional das mulheres, destacando a média de 180 estupros por dia no Brasil, um a cada oito minutos.
“O Esporte Clube Bahia levanta sua voz contra a cultura do estupro e convida o mundo do futebol a ingressar nesse debate”, diz a postagem no Instagram.
Leia mais:Nos comentários, a recepção dos seguidores, sejam torcedores ou não, foi positiva. O posicionamento contra atitudes machistas dos atletas foi apoiada.
Nas duas publicações, o clube condena atitudes muitas vezes minimizadas por machistas, como um cantadas invasivas e desrespeitosas nas ruas ou o envio de fotos íntimas sem consentimento.
Desde 2019, a equipe também protagoniza a campanha #medeixetorcer, que disponibiliza, dentro do site da associação, um medidor de violência sexual no país, bem como um questionário sobre assédio em estádios e recomendações para as vítimas de casos como estes nos palcos esportivos.
Em fevereiro deste ano, moradores da cidade de Juazeiro, na Bahia, também cobraram a retirada da estátua de Daniel Alves, nascido no município e ex jogador do Esquadrão, de uma praça da cidade. O objeto foi alvo de protestos logo após a condenação do juazeirense. Campanha ocorre em meio à pressão à CBFO posicionamento do Bahia ocorre em meio a críticas proferidas por torcedores contra o treinador da seleção brasileira, Dorival Júnior, pela falta de firmeza na crítica aos ex-jogadores, condenados e presos por estupro.
Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira, 22, o técnico da canarinho classificou Robinho como uma “pessoa fantástica” e contemporizou o caso do já condenado Daniel Alves, ao utilizar a frase “se houve realmente e comprovado algum tipo de crime”.
Ainda na concentração da seleção para o amistoso contra a Inglaterra no estádio de Wembley, a chefe da delegação do escrete verde e amarelo, Leila Pereira, bem como o lateral e capitão da equipe, Danilo, se posicionaram contra os crimes cometidos pelos julgados.
Leila classificou os episódios como “um tapa na cara de todas nós mulheres” e cobrou que as autoridades sejam mais rigorosas e exemplares ao lidar com casos como estes. Já Danilo chamou a atenção para a influência que os jogadores têm, principalmente sobre os jovens jogadores. “Está na hora de a gente entender melhor nosso papel” disse o jogador da Juventus.
Em nota divulgada na noite desta sexta, a CBF classificou os casos como “um dos capítulos mais nefastos do futebol brasileiro” e destacou o papel masculino no combate à cultura do estupro.
“Num ambiente em que o machismo impera, nós, homens, precisamos estar na linha de frente para combater não apenas a violência sexual, mas todo tipo de violência. A CBF, todos os seus dirigentes e a comissão técnica da Seleção Brasileira se solidarizam com as vítimas brutais dos dois crimes cometidos pelos ex-jogadores”, diz um trecho da publicação.
(Fonte: O POVO)