Na reunião da Comissão de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá desta semana, o reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, professor Dr. Francisco Ribeiro da Costa, apresentou o estágio atual de mobilização para implantação do curso de medicina em Marabá e, ainda, o projeto para construção de um Hospital Universitário, que está em trâmite no Ministério da Educação.
Participaram da reunião desta semana, o presidente da Comissão de Desenvolvimento, Miguel Gomes Filho, o presidente da Câmara Municipal de Marabá, Alecio Stringari, a vereadora licenciada e presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Vanda Américo, e o secretário municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Caetano Reis.
O reitor destacou que a assistência à saúde continua sendo um desafio amazônico, e que a Unifesspa tem vários desafios a enfrentar, inclusive para fortalecer a pesquisa, inovação tecnológica, assistência estudantil e a pesquisa, por exemplo. Atualmente, há 506 docentes e 596 técnicos-administrativos, totalizando mais de 1.100 servidores em cinco campi.
Leia mais:Lembrou os dilemas durante a pandemia da covid-19, com aulas remotas e ainda a PEC do teto dos gastos públicos imposta pelo governo federal, que limitou o crescimento das universidades públicas de todo o País, causando ausência de investimentos entre os anos de 2018 a 2023. Apesar disso, a Unifesspa conseguiu ultrapassar a marca de mais de 5 mil diplomas emitidos até o ano passado.
“Apesar de tudo isso, nossa universidade permanece viva: Ensino, Pesquisa, Extensão, artes, inclusão, acessibilidade, atividades de campo, infraestrutura, gestão e história”, celebra o reitor.
Francisco Ribeiro garantiu que em 2025 o curso de medicina deve começar a funcionar, devendo receber investimentos da ordem de R$ 17.657.646,55 a partir deste ano para construção do bloco de salas de aula, aquisição de equipamentos para laboratórios e acervo bibliográfico.
Todas as tratativas estão sendo acompanhadas pelo MEC por intermédio da CAMEM (Comissão de Acompanhamento e Monitoramento das Escolas Médicas).
Paralelamente, há um projeto que está em andamento no Ministério da Educação para construção de um Hospital Universitário em Marabá. Dos mais de 50 outros que estão em tramitação, o reitor revela que o próprio Ministério da Educação considerou o de Marabá como prioridade máxima, em função da baixa quantidade de leitos no município e região.
“Teremos vários benefícios com essa unidade de saúde, como manutenção, na região, dos recursos financeiros que são hoje gastos fora da região para pagar os tratamentos e as despesas de manutenção dos pacientes e de seus familiares em outros centros médicos do Pará e de fora deste Estado, além da criação de um ambiente e da infraestrutura para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa médica na região”, destaca o reitor.
O referido hospital, segundo ele, deverá ofertar atendimento especializado e integrado, englobando pelo menos as seguintes capacidades nas áreas de atendimento e serviços de saúde: clínica geral; centro cardíaco; Instituto de ortopedia, traumatologia e fisioterapia; área de psiquiatria; centro de radiologia; ala de pediatria; centro de atendimento complexo da mulher; centro oncológico; unidades cirúrgicas de média e alta complexidade; setor de urgência e emergência; centro farmacêutico; banco de sangue; laboratório clínico hematológico; laboratório clínico patológico; laboratório clínico de imagem; centro de reabilitação ortopédica e neurológica; centro de tratamento para câncer; e gabinetes de atendimento médico das várias especialidades.
O ideal, segundo o reitor, é que o hospital tenha 400 vagas, mas não haverá recursos suficientes para iniciar com essa quantidade. A Implantação está orçada entre R$ 250 e R$ 300 milhões, com financiamento via PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e já está no PPA para os próximos três anos. “Dos 50 projetos de hospitais, dez entraram, sendo que o da Unifesspa está em primeiro lugar na prioridade”, reforçou.
A vereadora Vanda Américo elogiou o projeto e disse que é preciso criar mecanismos para garantir que as vagas para o curso de medicina sejam garantidas para residentes nesta região, para que os futuros médicos atuem nos municípios do sul e sudeste do Pará. Ela lembrou que houve luta histórica para garantir a criação de cursos ligados à mineração na UFPA. “Sempre fomos relegados, mas passamos a fazer manifestações para garantir a implantação de cursos para capacitar nossos jovens. A Vale passou a valorizar mais Marabá e seus representantes a partir disso”, recordou.
Caetano Reis também fez perguntas sobre o projeto do hospital, inclusive a quantidade exata de leitos a serem implantados inicialmente, mas o reitor observou que a definição partirá de uma equipe técnica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que já está em estudo.
O presidente Alecio Stringari reconheceu a importância do curso de medicina para Marabá e região, do hospital universitário e, ainda, a necessidade de interferência política para ajudar a liberar recursos para viabilizar os dois projetos. “Precisamos do curso e do hospital, mas podemos avançar nesse projeto e iniciar em 2025?”, questionou, sendo respondido positivamente pelo reitor.
(Ulisses Pompeu)