Criada em 2021, a Rede de ativismo Cultural de Marabá possui o intuito de acolher artistas que não foram inseridos dentro da Lei Aldir Blanc, principalmente os trabalhadores que sobrevivem da cultura, no município de Marabá. A partir da sua criação, o programa, que foi formado por um grupo de artistas, promove discussão e acompanhamento, principalmente para a geração de auxílios e demandas junto ao Conselho Municipal de Cultura.
Neste sábado, 23, a rede traz à cidade o 1º Encontro Cultural de Marabá, que será realizado no Campus I da Uniffespa, na Folha 31, Nova Marabá. O evento será gratuito e aberto ao público, com início previsto para as 8 horas, buscando unir os diversos setores culturais da cidade, como reflete Itair Rodrigues, músico e produtor cultural que atua na organização. “Nós conseguimos fazer esse engajamento com diversos sujeitos da cultura, que hoje estão trabalhando para essa manifestação cultural acontecer”, argumentou.
A programação é extensa, se prolongando ao longo do dia. Pela manhã terá início com duas palestras, também envolvendo a participação de mediadoras da Rede de Ativismo para debater o Sistema Nacional de Cultura, a fim de entender como funcionam os editais, atualmente, e como esse mecanismo serve como fonte de renda para os fazedores de cultura.
Leia mais:Durante a tarde, os debates giram em torno dos Grupos de Trabalhos, onde cada linguagem cultural irá se reunir com seus representantes, com o intuito de discutir as dificuldades em cada segmento, e alternativas para gerar oportunidades. À noite, será realizada uma cultural com apresentações artísticas.
Clara Morbach é produtora cultural e também atua na linha de frente do evento. Ela ressalta a importância em conhecer o Conselho de Cultura de Marabá. “Precisamos que os fazedores de cultura entendam como ele funciona, só assim podemos pautar os nossos direitos”, destacou.
A reunião traz a força da diversidade cultural em suas diferentes formas, abrangendo dança, música, teatro, circo e literatura. Itair reforça a necessidade do evento e da discussão que também abrirá portas. “Existem leis de incentivos que só vão funcionar após a atividade do Conselho de Cultura, então esse é o nosso foco principal”, complementou.
O encontro ainda vai oferecer dois ônibus gratuitos, que sairão da Praça do São Felix e Liberdade, a partir das 7 horas, tudo para que a sociedade como um todo participe. A produção do evento também disponibilizará certificados aos participantes. “Nós precisamos que as lideranças estejam presentes, é um momento de se olhar, se encontrar e se organizar enquanto classe artística”, concluiu Clara.
Há uma grande preocupação dentro da manifestação coletiva: serem vistos. Segundo os organizadores, além do debate de pautas importantes, a convenção quer mostrar o valor cultural presente em Marabá. Além de reaproximar os artistas que fazem cultura, existe a preocupação em ter pessoas para representar a cidade em eventos regionais. “Procuramos voltar essa atividade para fortalecer e concretizar esse diálogo com cada um”, finaliza Itair. (Milla Andrade)