Corajosa e destemida. Essa é a marabaense Cássia Martins, de 45 anos. Dona de casa, mãe de quatro filhos e avó de três netos. Mulher feliz e apaixonada em movimentar o corpo através dos patins.
Sua trajetória no esporte começou em 2016, quando foi inspirada pelo irmão a experimentar a modalidade pela primeira vez. “Os patins me trazem uma energia positiva e uma sensação de liberdade, eu amo estar nele”, diz.
Cássia participa do grupo Liberdade no Patins. Empolgada, ela diz ser uma das primeiras a incentivar os “rolês” pela cidade, junto com outros praticantes que são mais jovens. “Hoje somos mais bem vistos, mas ainda há quem olhe com indiferença para mim e meu grupo”, desabafa.
Leia mais:A rotina de Cássia começa logo cedo, antes mesmo de o dia amanhecer. Tudo para que ela consiga conciliar os afazeres de casa com as outras paixões. “Levanto muito cedo, vou pra academia, faço meus treinos e depois os afazeres de casa. Não importa aonde eu vá, os patins ficam no carro”, conta Cássia, com sorriso no rosto.
Com orgulho, a patinadora sabe a ferramenta que tem, de impulsionar e empoderar mulheres a largarem as diferenças e, acima de tudo, perderem o medo. “Conheço muitas mulheres que já me viram patinar e despertaram essa vontade, é uma corrente que leva pessoas a se libertarem”, comemora.
Embora seja uma grande terapia, Cássia analisa que ainda existe muita resistência por parte da sociedade, principalmente por ser mulher e mais velha. Sobre isso, o que importa para ela é se desafiar. “Se desafie, não é fácil. Já ouvi muitas vezes: “você tá aí nessa idade” ou até mesmo “o que está fazendo aí, no meio dos jovens?”, são frases que, segundo ela, servem para desafiá-la e que de alguma forma a impulsionam a não parar.
(Milla Andrade)
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