Em assembleia realizada nesta segunda-feira (4), os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) aderiram à greve nacional da categoria, que está sendo articulada em todo o País e deve começar na próxima segunda-feira, dia 11.
Já foi, inclusive, formada uma comissão para começar a organizar o movimento grevista e definir a programação em Marabá e região. Ao todo existem no Brasil mais de 200 mil TAES. Na Unifesspa eles são em torno de 300. O motivo principal da greve é a reposição das perdas salariais. A categoria passou seis anos dos governos Temer (dois anos), Bolsonaro (quatro) sem qualquer reajuste salarial.
Ano passado, o governo Lula concedeu reajuste de 9%, mas já deixou claro que para 2024 não há previsão orçamentária. A proposta do governo é de 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026. O problema é que nos últimos sete anos, os TAES acumularam uma perda de 50% de poder aquisitivo, conforme explicou o sindicalista Jeovane Ferreira. “A categoria chegou ao limite da paciência”, resume.
Leia mais:De acordo com ele, a greve é a última atitude que uma categoria toma, por entender que afetará o serviço prestado à população. Mas os TAES estão pedindo socorro. “É um grito de socorro para uma categoria que há anos está sem valorização”, reafirma o sindicalista, ao explicar que o tratamento dado aos TAES pelo governo federal não dialoga com o discurso deste mesmo governo, que diz apoiar a educação.
Jeovane fez questão de deixar claro que a reivindicação dos TAES não deve ser encarada como uma pauta específica de uma categoria, mas algo de interesse de toda a sociedade. “Nossa luta é por uma educação que, de fato, tenha qualidade”, assegura.
Mobilização nacional
Em relação às outras instituições federais de ensino do Pará, ainda não foi definida a adesão à greve acional, porque essa decisão depende da realização de assembleias, o que ainda não aconteceu, mas deve ocorrer nesta terça-feira (5). As outras instituições são a Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), além do Instituto Federal do Pará (IFPA), que ainda não definiu quando será sua assembleia.
No Brasil, há 63 universidades federais e 38 institutos federais. Os servidores das duas instituições têm plano de carreira conjunto, criada em 2005 como resultado também de uma greve nacional. (Chagas Filho)