Correio de Carajás

Fevereiro Laranja: Casos de leucemia no Pará sobem 11,06% de 2022 a 2023, segundo a Sespa

Confira orientações sobre como prevenir e combate essa doença

Foto: Freepik

Em 2022, de acordo com levantamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pára (Sespa), o estado confirmados 253 casos de leucemia, e, em 2023, foram registrados 281 casos da doença. Portanto, um aumento de 28 casos, ou seja, de 11,06%.

Esses números reforçam os cuidados com essa enfermidade, como preconiza a campanha Fevereiro Laranja, mobilizando profissionais de saúde e órgãos, instituições e entidades no país. Nesse contexto, o economista, advogado e especialista em Direito Público, Luiz Cláudio de Sousa Almeida, 56 anos, revela uma história de coragem e determinação: ele tem leucemia desde 2019 e enfrentou essa doença em plena ambiência da pandemia da covid-19. “Somos sobreviventes!”, celebra Luiz Cláudio. E não é para menos.

Ainda não foram disponibilizados dados sobre casos de leucemia no Pará em 2024, como informa a Sespa. A Secretaria orienta a Secretaria, a atual rede estadual de hospitais para o tratamento da doença, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é formada por: Hospital Ophir Loyola (HOL), Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, Unidades de Alta Complexidade do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) e Hospital Regional de Castanha (HRC).

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Focado na vidaLuiz Cláudio de Sousa Almeida conta que descobriu que tinha leucemia (Leucemia Lymphonode Crônica) em 2019, e, desde então, passou a fazer monitoramento e tratamento da doença com a médica Fernanda Cardoso. “Eu entendo que a pessoa tem de encarar a leucemia, como qualquer outro tipo de câncer, com muita resiliência, com muita responsabilidade.

Você tem que entender que você tem doença, você não tem que ter preconceito. Isso é importante para que a sua cabeça fique 100% focada naquilo, focada na sua saúde, com fé, acreditando na possibilidade que o médico possa passar para nós. Isso é importante, a confiança no médico”, ressalta.

Outra ação essencial no combate à leucemia, para Luiz Cláudio, é a pessoa não reter essa situação para si, mas, sim, externá-la. “Quanto mais você externa, mais leve você fica, mais tranquilo você fica. Você vê que não é um problema só seu, é um problema de muita gente.

E assim você vai caminhando dia por dia”, enfatiza.Pandemia”O sentimento que eu tenho hoje é, primeiro, que nós somos sobreviventes. A nossa geração pegou uma pandemia, todos perderam entes queridos, todos mesmo, mas nós somos sobreviventes.

E aí eu tenho que, não é comemorar, mas eu tenho que ter sabedoria em dizer que, num período difícil da minha vida, da vida do mundo, eu passei por dois problemas simultâneos, porque eu descobri a leucemia antes da pandemia, mas eu fiz o tratamento dela na pandemia”, destaca Luiz Cláudio Almeida, ao relembrar um período marcante na vida dele.

Esse paciente destaca que teve de se reinventar, sempre acreditando no tratamento contra a doença e buscando viver todos os momentos da vida. Com essa postura, ele compartilha seus sentimentos e avanços a cada dia, e assim consegue trabalhar rotineiramente.

Campanha

A campanha Fevereiro Laranja alerta sobre a prevenção à leucemia e reforça a importância da doação de medula óssea. Na prevenção, são essenciais os exames de rotina, de vez que requer atenção qualquer alteração no sangue detectada nesses exames.

Em caso de suspeita da doença, é feito o exame mielograma, no qual se coleta uma pequena quantidade de medula óssea. Se o resultado for positivo, deve-se iniciar o tratamento imediatamente. Por isso, é importante as pessoas atentarem para os sintomas da leucemia, como destaca médica hematologista Giovanna Ghelfond. “A leucemia é um tipo de câncer no sangue, mais especificamente na medula óssea, que é a nossa fábrica do sangue, e a doença se desenvolve muitas vezes por alterações genéticas.

Então, as células começam a se produzir de forma desenfreada, começa a ter uma proliferação de células doentes, que no caso das leucemias agudas são os blastos, e a gente começa a ter a medula óssea infiltrada por células doentes, por células da leucemia, e dessa forma a gente começa a ter dificuldade da formação das células saudáveis”, pontua.

“O paciente muitas vezes se apresenta com anemia, ele vai ter fraqueza, vai ter cansaço, vai ter aquela palidez na pele, nas mucosas. O paciente começa a ter infecções de repetição; então, ele começa a ter febre e ele pode ter sangramentos.

Então, sangramentos no nariz, sangramentos na gengiva, os hematomas, que são os sangramentos na pele”, observa a hematologia.Ela enfatiza a necessidade do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura da doença e alerta para para as infecções oportunistas (por bactéria, virais ou por fungos), que, inclusive, podem levar à morte do paciente.

O tratamento depende do tipo de leucemia, mas em geral é feito à base de quimioterapia, associado ou não à imunoterapia, que são medicações em células-alvo, na célula doente. Alguns pacientes vão precisar prosseguir com o transplante de medula óssea. Giovanna Ghelfond observa que a leucemia acomete tanto pessoas a partir de 55 e 60 anos de idade como também crianças (leucemia linfóide aguda).

Veja informações sobre a leucemia:

Leucemia: tipo de câncer no sangue, mais especificamente na medula óssea

Dois tipos: leucemias agudas (são mais agressivas e envolvem células jovens) e leucemias crônicas (células maduras)Sintomas: Sangramento nas gengivas e no nariz, inchaço no pescoço, cansaço, dores nos ossos e nas articulações, febres que podem vir acompanhadas de suores noturnos, perda de peso, aparecimento de manchas rochas ou avermelhadas na pele, palpitações e sensações incômodas na região abdominal

Causa: Proliferação de células anormais na medula óssea. Nesse processo, a formação de células saudáveis acaba sendo substituída pelas células cancerígenas Tratamento: visa justamente anular essas células cancerígenas e retomar a produção das células sadias.

É feita medicação quimioterápica; controle das infecções, das hemorragias, e um foco maior no cuidado da doença no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Após o controle da doença, se necessário, é aconselhável o transplante de medula óssea.

(O Liberal)