A pequena cidade de Crixás, no noroeste goiano, com menos de 20 mil habitantes, tem um subsolo rico, com minas de ouro. Isso certamente chamou atenção de criminosos cibernéticos. Eles conseguiram roubar das contas do município algo em torno de R$ 6 milhões. E adivinhe só: parte do dinheiro foi parar em contas de pessoas com residência em Marabá.
Esta semana, uma equipe chefiada pelo delegado de Crixás, Douglas Costa, veio até Marabá (viajando mais de 1,2 mil km) para cumprir mandados de busca e apreensão. O alvo da operação foi uma quitinete localizada na Folha 10, Núcleo Nova Marabá. Por enquanto, ninguém foi preso, mas muita coisa foi apreendida e as pessoas encontradas no imóvel terão de prestar depoimento.
Em entrevista exclusiva ao CORREIO, o delegado explicou que os piratas cibernéticos conseguiram instalar nos computadores da prefeitura de Crixás um malware, um site malicioso que danifica ou explora vulnerabilidades em qualquer rede ou dispositivo ligado à Internet). Com isso foi possível obter senhas que autorizavam transações bancárias.
Leia mais:“Isso possibilitou que eles fizessem 14 PIX para igual número de pessoas distintas em um banco digital. Nós investigamos, fizemos diligências que possibilitaram identificar endereços que receberam cartões de crédito e que foram utilizados pra sacar e realizar compras com os valores subtraídos do município de Crixás”, explica o delegado.
Ainda de acordo com ele, das 14 contas para as quais o dinheiro foi mandado, seis são de Marabá. “Nós vamos ouvir as pessoas que estavam no imóvel e que receberam os cartões de crédito utilizados pra usufruir os valores subtraídos”, explica o delegado, ao acrescentar que aparentemente o imóvel alvo da busca e apreensão foi alugado exclusivamente para servir de base para os criminosos. (Chagas Filho)