Milhares de ribeirinhos vivem nas mais de 50 ilhas que cercam Belém, capital do Pará. Porém, morar às margens de um rio de água doce não garante água potável para esses moradores, já que não chega encanamento no local.
Pensando nisso, a engenheira de produção Ingrid Teles desenvolveu um filtro com caroços de açaí, que puxa a água que vem do rio – imprópria para o consumo – e transforma em água potável. Tudo isso, sem utilizar produtos químicos.
“Ele (caroço de açaí) tem vários poros e, com isso, toda a sujidade, principalmente os sólidos, como barro ou outras coisas, ficam nesse caroço. Então, não passa”, diz Ingrid.
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O projeto ainda é piloto e é custeado por uma startup, criada por Ingrid, que fabrica sabonete para o rosto à base do açaí. Por enquanto, o filtro atende duas famílias em uma ilha no município paraense de Barcarena.
Uma delas é da Elisangela Benjamin, que coleta água potável através do filtro desenvolvido pela engenheira pelo menos três vezes por semana.
“Em casa, tem criança e é bom para nós. A gente não toma uma água suja para depois passar mal do nosso estômago”, conta Elisangela.
Ingrid tem o objetivo de ampliar o sistema para produzir mil litros de água potável por dia e atender cerca de100 famílias ribeirinhas que vivem nas ilhas do estado.
“Eu acredito muito que todas as respostas que precisamos para problemas que nós temos na sociedade, já estão no nosso meio”, enfatiza a engenheira.
(G1 Pará)