A Polícia Militar de São Paulo disse nesta sexta-feira (12) que não há sobreviventes do acidente com o helicóptero que estava desaparecido e foi encontrado nesta manhã na região de mata de Paraibuna (SP).
“Todos estão mortos”, afirmou o coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, comandante da Aviação da Polícia Militar de SP.
O helicóptero foi localizado pela PM às 9h15. Em seguida, um grupo que fazia as buscas precisou descer de rapel até o local do acidente. As quatro vítimas da queda da aeronave eram uma mãe e sua filha, de 45 e 20 anos, um amigo delas, de 41, e o piloto, de 44. A aeronave saiu da cidade de São Paulo e tinha como destino Ilhabela, no Litoral Norte do estado.
Leia mais:Segundo o comandante da PM, a partir de agora, os trabalhos de investigação serão feitos pela Força Aérea Brasileira (FAB), através da Ceripa 4.
De acordo com o Coronel Ronaldo Barreto de Oliveira, a aeronave não tinha caixa preta ou algum tipo de localizador.
“Nós checamos desde o começo. Não possui nenhum tipo de localizador, caixa preta… Essa aeronave não possuía nenhum recurso para localização”.
Trabalhos de buscas
Durante coletiva de imprensa, o Coronel Oliveira explicou que a identificação do sinal de celular dos passageiros pela Polícia Civil fez com que a PM conseguisse reduzir a área de busca de 5 mil quilômetros quadrados para um raio de 12 quilômetros.
“O que possibilitou diminuir essa área foi uma análise através da inteligência da polícia civil que eles poderiam estar naquele setor da estação de rádio-base de Paraibuna do km 54. Ontem até divulgaram uma imagem do helicóptero voando próximo ao 58/60. Isso veio a corroborar com o que nós já tínhamos, a região que a gente estava”.
O delegado Milton Clemente, do Departamento de Operações Policiais Estratégicas da Polícia Civil, disse que no começo, a missão “era praticamente impossível e depois das informações ela se tornou difícil”.
“Havia uma escassez de informação, existia um georreferenciamento em relação a uma antena, mas a gente não tinha os pontos suficientes pra delimitar uma área mais precisa de busca, isso foi feito através de voos específicos onde foi delimitando o range (alcance) e aí conseguiu separar por quadrante. Foi a partir desse refino na área de busca”, explicou.
E destacou a importância dessas aeronaves de pequeno porte também terem localizador. “Se todas as aeronaves, inclusive os helicópteros de pequeno porte, pudessem ter um localizador, uma caixa preta, isso facilitaria muito”.
Paraibuna , município paulista do Vale do Paraíba, fica a 120 quilômetros de distância do Campo de Marte, em São Paulo, local onde o helicóptero havia decolado, e a aproximadamente 80 quilômetros de Ilhabela, destino final.
Na imagem divulgada pela Polícia Militar, é possível ver uma clareira ente a vegetação e o que seriam destroços da aeronave entre as árvores.
Após ser encontrado pela PM, o helicóptero H-60 Black Hawk, da Força Aérea Brasileira, se deslocou até o local com uma equipe especial de resgate, formada por nove pessoas com capacidade de descer de rapel para fazer investigação no local onde os destroços do helicóptero.
12 dias de buscas
A aeronave não fez contato desde o domingo (31) e mobilizou uma busca que envolveu a Força Aérea Brasileira, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros de São Paulo.
O helicóptero deixou a capital paulista no último dia do ano passado com quatro ocupantes para passar o réveillon em Ilhabela, mas não chegou ao local de destino. Desde então, era procurado pelas autoridades.
Duas aeronaves da FAB cumpriram mais de 135 horas de voo ao longo dos 12 dias de buscas, que teve área total de cinco mil quilômetros quadrados. Aeronaves da Polícia Militar e Polícia Civil também integraram a ação de buscas.
Os trabalhos se concentraram na região da Serra do Mar, entre o Vale do Paraíba e o Litoral Norte. Cidades como Paraibuna – onde a aeronave foi encontrada – Natividade da Serra, Redenção da Serra, Salesópolis e Caraguatatuba foram sobrevoadas ao longos os 12 dias de buscas
Quem estava na aeronave
Na aeronave, estava o piloto, duas mulheres, que são mãe e filha, e um amigo das duas.
- Luciana Rodzewics, de 45 anos;
- Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos (filha de Luciana);
- Raphael Torres, 41 anos (amigo de Luciana e Letícia);
- Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos (o piloto).
Moradoras da capital paulista, cidade de onde o voo partiu, Luciana e Letícia eram autônomas. As duas moravam no bairro do Limão, que fica na Zona Norte de São Paulo.
Familiares contaram ao g1 que Letícia trabalhava no ramo da estética, em um estúdio onde fazia pintura de unhas. Já Luciana atuava como vendedora, no ramo alimentício, comercializando sal para empresas.
As duas mulheres aceitaram o convite do amigo Raphael para fazer um passeio “bate-volta” em Ilhabela, na véspera do Ano Novo.
O local é um dos mais procurados pelos turistas para aproveitar o réveillon, contando com queima de fogos, shows e outras atrações.
Antes de desparecer, Letícia fez um vídeo de dentro do helicóptero mostrando que o tempo estava fechado.
(Fonte: G1)