Correio de Carajás

Golpes pela Internet aumentam em Marabá

A rede que aproxima o mundo também oferece riscos, sobretudo de crimes cibernéticos, como estelionato, furto, falsa identidade e falsidade ideológica

Golpistas agem de diversas formas utilizando a rede mundial de computadores/ Foto: Divulgação

Tem sido elevado, nos últimos dias, o número de vítimas de estelionato praticado por meio virtual em Marabá. Os criminosos atuam em redes sociais e também em sites de vendas, principalmente o OLX. Por isso, a Polícia Civil orienta aos consumidores que tenham cautela.

Ouvido pela reportagem do CORREIO, o delegado Vinícius Cardoso das Neves reforçou os cuidados que precisam ser tomados. Ele orienta, por exemplo, que nunca se deve clicar em links encaminhados por e-mail ou por WhatsApp.

Além disso, continua o policial, só se deve negociar por sites confiáveis no mercado e, ao fazer o pagamento, é preciso agir de maneira segura, repassando o dinheiro somente depois de receber o bem que está sendo negociado.

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Outra orientação é verificar com quem está negociando e, sempre que possível, trazer a negociação para o meio físico. Além disso, é preciso se assegurar de que o produto que está sendo vendido existe de fato. “Ou seja, adotem cautela”, resume o superintendente regional de Polícia Civil.

Delegado Vinícius Cardoso resume as orientações: “Adotem cautela”/ Foto: Evangelista Rocha

Quatro casos por dia

Para se ter uma ideia da proporção que esses crimes estão tomando, somente na Delegacia da Cidade Nova são registrados, em média, quatro ocorrências por dia desse tipo de situação. A informação foi repassada pelo titular da unidade policial, delegado Lucas Assis Nunes.

Segundo ele, em um dos casos mais recentes, um homem pensou ter adquirido um celular por meio da Internet de uma empresa local. Mas o golpista usava a imagem do estabelecimento e fez com que a vítima transferisse nada menos de R$ 6 mil para uma conta do golpista. Até hoje o celular não apareceu.

Ele explica que nesses casos, a investigação não é simples. Trata-se de um procedimento moroso, pois a Polícia necessita de medidas judiciais para agir, como quebra de sigilos bancário e telemático. Além disso, os criminosos acabam criando mecanismos que dificultam sua localização.

Uma dica importante repassada por ele é “verificar se o preço da mercadoria tem compatibilidade com a realidade do mercado”. Ou seja: quando um produto estiver muito barato, a atenção precisa ser redobrada.

Alerta aos idosos

O delegado faz ainda um alerta em relação aos idosos. Esse público tem sido o alvo preferido dos estelionatários, porque são pessoas que não estão devidamente habituadas às negociações por Internet. Outro fator que fragiliza os idosos é que eles são de um tempo em que se confiava muito na palavra da outra pessoa. É justamente aí que o golpista acaba tendo êxito.

Pós golpe

Nos casos de golpes concretizados, a Polícia Civil orienta que, além de registrar o B.O., é importante avisar os familiares e amigos próximos para ignorar qualquer tentativa de contato estranho, sobretudo se solicitarem alguma quantia em dinheiro.

É válido ainda informar a operadora de celular para as devidas medidas de segurança e trocar todas as senhas de e-mail, redes sociais e aplicativos para minimizar os danos.

Divisão especializada

Mas, se, por um lado, a criminalidade está usando a rede mundial de computadores para cometer estelionatos, por outro lado, a polícia também está criando ferramentas para combater esses crimes. No Pará, a Polícia Civil criou a Divisão de Combate a Crimes Contra Direitos Individuais Praticados por Meios Cibernéticos (DCDI).

Afora os golpes em que bandidos usam páginas de compra e venda, a DCDI tem registrado nos últimos quatro anos a utilização de sites falsos, que simulam um ambiente oficial de instituições, e neles os usuários se cadastram achando que estão participando de um leilão oficial e arrematam um item. Só no final percebem que foram vítimas de um golpe.

Além disso, há também a invasão de dispositivo e falsa identidade, com o criminoso se passando por alguém e entrando em contato com as pessoas próximas da vítima, com o intuito de obter vantagem financeira.

Cabe informar ainda que, além do estelionato, em todas essas formas, a DCDI recebe ainda denúncias a respeito de injúria, calúnia e difamação, além de outros, como “exposed” e extorsão, todos praticados também pela Internet. (Chagas Filho com informações de Josseli Carvalho)