Correio de Carajás

Mãe de Théo relembra a noite em que o bebê nasceu pela segunda vez

Engasgada com o leite materno, a criança foi salva por policiais militares de Morada Nova

Passado o susto, o pequeno Théo está bem e segue recebendo o amor e cuidado da mamãe Thaís/ Fotos: Evangelista Rocha

O nome Théo significa “Deus supremo”, mas não só isso. Uma pesquisa rápida na internet mostra que ele carrega a concepção de alguém que é uma dádiva ou presente de Deus para o mundo. Também sugere que quem é batizado com esse nome tem uma missão ou propósito especial para cumprir em sua vida.

Théo José de Oliveira Bezerra, o menino que tem nome divino, nasceu na véspera de Natal e passou por uma forte provação nas primeiras horas do dia 3 de janeiro, quarta-feira. O pequeno foi salvo de um engasgo que sofreu após ser alimentado com leite materno.

Em um momento de desespero, a mãe, o tio e a avó do garotinho entraram em um carro e saíram de casa, na Vila Murumuru, zona rural de Marabá, em busca de socorro. Foi então que encontraram uma guarnição do 13º Posto de Policiamento Destacado de Morada Nova, da Polícia Militar, e os quatros agentes que a compõe ajudaram a salvar a vida do recém-nascido.

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Para o Correio de Carajás, Thaís Coelho de Oliveira, mãe de Théo, expressa o sentimento de eterna gratidão à guarnição que a socorreu na fatídica madrugada. Os momentos de terror ainda estão vívidos em sua mente e foram relatados com detalhes para a reportagem do CORREIO, que fez uma visita para a família na Vila Murumuru, na manhã de quinta-feira (4).

“Na madrugada ele estava chorando e eu levantei para dar de mamar para ele. Quando ele terminou eu tirei e coloquei de lado na minha perna, bati nas costas dele. Foi ligeiro, quando eu virei para pegar o pano, ele foi arrotar e o leite saiu para fora, aí ele se engasgou”.

Emocionada, Thaís conta que chamou pelo irmão, que imediatamente acionou a própria mãe, avó do bebê, que tentou desengasgar Théo, mas sem sucesso. Após várias tentativas em alguns minutos, o tio do bebê sugeriu que buscassem ajuda “na rua”. Foi então que a família entrou no carro e partiu. “Ele já estava todo vermelhinho. Aí eu fiquei agoniada e pensei que meu filho não ia sobreviver”, relembra.

Thaís e os filhos: Théo, Thailane e Thalia

Foi Josivaldo Coelho de Oliveira, irmão de Thaís, quem teve a ideia de procurar a polícia para realizar os primeiros socorros no garoto. Ela detalha que eles foram até o 13º PPD, mas a equipe policial estava ausente, pois realizava ronda pelo núcleo. O encontro com os policiais aconteceu pouco depois. Naquele dia, a guarnição de serviço era composta pelo cabo Lucas e pelos soldados Alex Marques, Da Costa e Maxwell.

“Os policiais pegaram ele, fizeram a manobra e logo ele voltou ao normal e começou a chorar. Nessa hora eu fiquei muito emocionada. Eu pensei que meu filho não ia viver”, recorda a mãe, enquanto tenta conter as lágrimas.

Após o socorro, a família levou o bebê para o Hospital Materno Infantil (HMI), onde ele foi avaliado por uma enfermeira e liberado com saúde.

Thaís está passando o período de resguardo na casa dos pais e o esposo, Ademir Bezerra da Silva, está na casa da própria família, então não presenciou o momento de aflição. A jovem detalha que quando conseguiu falar com o marido para contar do ocorrido, ele ficou muito preocupado e partiu o mais rápido possível para perto da esposa e do filho.

Naquela noite, os policiais ensinaram a manobra de Heilinch, utilizada no salvamento do bebê, para Thaís, conhecimento que pode ajudá-la caso uma nova situação aconteça, mas todos esperam que o susto do dia 3 de janeiro não se repita.

“Que eles sejam pessoas de bem”

Para o CORREIO, Thaís Coelho de Oliveira conta que a gravidez de Théo foi saudável e que tudo correu bem, inclusive no dia do parto. Devido à ausência de dilatação, foi necessário que ela fizesse uma cesariana, que aconteceu no dia 24 de dezembro.

Além do garotinho, ela é mãe de duas meninas: Thalia, de 7 anos, e Thailane, de 1 ano e meio. Filha de mãe maranhense e pai baiano, ela mora com o esposo, Ademir Bezerra da Silva, os filhos e a sogra na Vila do Deserto, mas estava em Murumuru passando o período de resguardo com a mãe.

Esperançosa sobre o futuro dos filhos, ela deseja, acima de tudo, que eles sejam boas pessoas. “Que não sigam os caminhos errados. Nós aconselhamos nossos filhos a seguirem a vida da maneira correta. Meu pai sempre me ensinou a seguir o caminho certo, não fazer coisa errada e nem viver no mundo dessas coisas ruins que existem”. Por fim, a mãe frisa que deseja passar para as crianças os bons ensinamentos que recebeu de seus pais. (Luciana Araújo)