Correio de Carajás

Justiça da Suíça anula condenação de Cuca por estupro

Caso foi anulado em função de irregularidades identificadas no processo de 1989.

Justiça da Suíça anula condenação de Cuca por estupro — Foto: Ettore Chiereguini/Agif - Agência De Fotografia/Agif - Agência De Fotografia/Estadão Conteúdo

O Tribunal Regional de Berna-Mittelland, na Suíça, anulou a sentença que condenou o técnico de futebol Alexi Stival, Cuca, por suspeita de estuprar uma menor de idade durante uma excursão do Grêmio ao país europeu em 1987.

A decisão foi tomada após a Justiça suíça receber um pedido de novo julgamento, solicitado pela defesa do esportista em maio de 2023. Com isso, o caso foi reaberto e anulado em função de irregularidades identificadas no processo de 1989.

Além da decisão pela anulação e pela prescrição, a juíza responsável ainda determinou uma indenização a Cuca em 13.000 francos suíços.

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A Justiça considerou que Cuca foi julgado à revelia, ou seja, não estava presente, e sem representação legal. Conforme o documento, isso é uma violação do artigo 6 da Convenção para a Proteção dos Direitos Humanos e das Liberdades Fundamentais.

“Qualquer pessoa acusada de um delito criminal tem o direito fundamental de ser defendida por um advogado. Essa é a base de um julgamento justo. Uma pessoa acusada de um delito criminal não perde esse direito simplesmente por não estar presente no julgamento”, afirma a decisão.

De acordo com a decisão, documentos fundamentais do processo não foram traduzidos e explicados ao atleta, que só falava português. Da mesma forma, o advogado que o representava na época também não falava a língua.

Relembre o caso

 

O caso teve início em 1987, quando o Grêmio fazia excursão pela Europa. Cuca e outros três atletas foram detidos com a alegação de terem tido relações sexuais com a garota, de 13 anos, sem consentimento.

Segundo a investigação da polícia local, a jovem foi com amigos ao quarto dos jogadores do Grêmio. Os atletas, então, a puxaram para dentro e a abusaram.

Os quatro ficaram cerca de um mês presos antes de voltarem ao Brasil. O julgamento aconteceu só dois anos depois.

Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles nunca cumpriram a pena.

Em entrevista ao “Esporte Espetacular” em janeiro de 2021, o então vice jurídico do Grêmio, Luiz Carlos Martins, o Cacalo, afirmou que apenas um dos jogadores teve relação sexual com a jovem, de maneira consentida. Porém, a lei previa que a relação seria estupro presumido, pela idade da menina.

Cuca sempre negou que tenha cometido o estupro.

(Fonte:G1)