Pesquisadores da Universidade Católica do Sacro Cuore, na Itália, desenvolveram uma proteína geneticamente modificada que melhora a memória quando ativada por um medicamento. Os resultados foram publicados em novembro na revista Science Advances.
A equipe de pesquisa modificou a proteína LIMK1, que desempenha um papel fundamental na memória, para adicionar um interruptor molecular ativado pelo consumo de rapamicina, medicamento conhecido pelos diversos efeitos anti-envelhecimento no cérebro.
Para testar a eficácia dessa terapia genética, os pesquisadores administraram a proteína modificada em ratos de idade avançada e que apresentavam declínio cognitivo. Eles avaliaram a melhoria cognitiva nos roedores por meio da observação de comportamentos e testes de memória.
Leia mais:Além disso, a equipe investigou as mudanças nas sinapses do cérebro, especialmente no hipocampo, região cerebral com papel fundamental na formação da memória. O interruptor molecular permitiu entender como a ativação dessa proteína modificada afetava as sinapses e, consequentemente, a memorização dos ratos.
Segundo o líder da pesquisa, Cláudio Grassi, a investigação tem potencial aplicação, pois expande a compreensão dessa importante função cerebral. “O interruptor molecular é a proteína modificada associada ao medicamento. Ele facilita a identificação de soluções inovadoras para doenças neuropsiquiátricas, como a demência”, destacou, em comunicado à imprensa.
Memória é positivamente afetada
Os resultados mostraram uma “melhoria significativa na memória” nos animais submetidos a essa terapia genética, proporcionando insights importantes sobre o potencial dessa abordagem para impactar positivamente a função cognitiva em condições de declínio dessa ordem relacionado à idade.
De acordo com Cristian Ripoli, um dos autores do estudo, a abordagem é inovadora e pode revolucionar a pesquisa e terapia neurológica, além de abrir portas para o desenvolvimento de novas proteínas.
“O próximo passo é testar a eficácia desse tratamento em modelos experimentais de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, e realizar mais estudos para validar seu potencial uso em humanos”, afirmou Ripoli.
(Metrópoles)