Um levantamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) aponta que, até setembro deste ano, 74.818 cirurgias foram realizadas em hospitais e unidades vinculadas ao governo estadual – um número que supera em quase 15% ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram realizadas 68.681 cirurgias. A sondagem contempla a somatória de cirurgias de urgência e as chamadas de eletivas, que são programadas pelo médico mediante agendamento de dia e o horário para sua realização, e conforme mapa cirúrgico do hospital e a ocasião mais propícia.
Os dados são do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde (MS), e consideram os procedimentos até o mês de setembro já que o MS solicita aproximadamente três meses para avaliar os dados fornecidos pelos Estados.
“Entre os meses de janeiro a dezembro de 2022 houve 54.466 internações para realização de procedimentos cirúrgicos e no mesmo período de 2023 este número passou para 64.450 pacientes internados para realização de algum procedimento. Portanto, tivemos um aumento de 15,5% no número de internações cirúrgicas. Isso com certeza se deve a abertura de novos serviços, bem como a execução do Programa Nacional de Redução de Filas do Ministério da Saúde e que vem sendo executado no Pará para todas as especialidades”, disse Guilherme Mesquita, diretor de Desenvolvimento e Auditoria de Serviços de Saúde da Sespa.
Leia mais:Na avaliação da Sespa, o número elevado de pessoas que foi inserido no sistema de regulação estadual para as cirurgias, nesses últimos quatros anos, evidencia um sistema acolhedor e que foi aprimorado em função da abertura de sete hospitais estaduais durante esse período. São eles: Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (Icoaraci), Hospital Regional Público de Castanhal, Hospital Regional do Tapajós (Itaituba), Hospital Regional Público do Caetés (Capanema), Hospital Público Geral Castelo dos Sonhos, Hospital Regional do Baixo Tocantins Santa Rosa (Abaetetuba) e o Hospital Regional da PA-279 – Ourilândia do Norte.
“Estamos, afinal, falando de demanda para médicos especialistas, exames para encaminhamentos e assim por diante. Isso não significa apenas um aumento de adoecimentos, mas que as pessoas passaram a ter acesso a um serviço mais confiável, acolhedor, de qualidade e em menor tempo possível”, aponta o secretário adjunto de Políticas de Saúde, Sipriano Ferraz Júnior.
“Esse aumento na produção mostrou os esforços dos nossos servidores e dos nossos hospitais no cotidiano. Desde 2019 o Governo do Estado tem elaborado estratégias que têm dado resultado. Foram diversas ações de entrega de novas unidades de saúde, equipamentos, ambulâncias, investimentos em projetos de inclusão, expansão do serviço de telemedicina, além de uma série de convênios e parcerias firmados com prefeituras de todas as regiões do Estado para construção de novos hospitais municipais e regionais, ampliação da oferta de leitos e reformas de unidades”, resumiu o secretário adjunto da Sespa.
Thais Lopes é autônoma e recentemente concluiu o curso técnico em Nutrição. Ela conta que sentia dores abdominais desde 2021, mas os exames apresentavam normalidade. Após insistir na investigação, descobriu que estava com a bactéria HPV, neoplasia intraepitelial cervical grau 1, que origina o câncer, doença que ela possui histórico familiar. Com todo o pré-operatório já organizado, ela buscou atendimento no Hospital Regional Abelardo Santos, em Icoaraci, e após 15 dias da primeira consulta com a ginecologista, realizou seu procedimento cirúrgico.
“Eu não tenho o que reclamar de todo o atendimento que recebi no hospital, porque todos me atenderam muito bem. Peguei duas médicas excelentes e uma equipe de enfermeiros muito bons, que cuidaram de mim do início até o momento que eu fiz a cirurgia e tive uma complicação. Essa foi a primeira vez que eu usei o SUS, porque eu estava acostumada a sempre usar plano e deu tudo certo. Eu tenho uma vizinha que está passando a mesma situação que eu e hoje ela também foi encaminhada para o Abelardo Santos e já está com a cirurgia marcada”.
Especialidades – No ranking das cirurgias mais realizadas entre janeiro e setembro deste ano, ocupam os cinco primeiros lugares as cirurgias do sistema osteomuscular, as cirurgias obstétricas, as do aparelho digestivo, órgãos anexos e parede abdominal, as do aparelho geniturinário e as do aparelho circulatório.
“Com a pandemia da Covid-19, a realização de cirurgias eletivas foi interrompida e isso gerou uma grande demanda reprimida que necessitou de intervenções e ampliações das ofertas de procedimentos cirúrgicos em diversas especialidades. O aumento dos procedimentos cirúrgicos também é reflexo da repactuação de metas dos Contratos de Gestão dos Hospitais Regionais, mediante o acompanhamento epidemiológico de cada região de saúde, que busca sempre encontrar vazios assistenciais a serem preenchidos”, disse a secretária de Saúde do Estado, Ivete Vaz.
Para 2024 – Para o próximo ano, o Governo do Estado planeja a entrega de mais leitos, não apenas na capital paraense, mas também em locais estratégicos do interior do Pará. Para o município de Rio Maria estão previstos 38 leitos, sendo dois para sala vermelha e cinco da sala amarela. O Hospital Materno Infantil de Altamira ganhará 95 leitos, sendo 62 para internação e o restante para UTI/UCI/ Isolamento. Na capital, está prevista a entrega de 100 leitos de internação e 20 leitos de UTI no Hospital da Mulher e 75 leitos de internação e 20 leitos de UTI no Pronto Socorro do Benguí, com possibilidade de ampliação para 95 leitos de internação.
(Agência Pará)