Ana Clara Benevides, que morreu na última sexta-feira (17/11), aos 23 anos, enquanto esperada pelo show de Taylor Swift, no Engenhão, zona norte do Rio, tinha pequenas hemorragias nos pulmões. A informação é parte do laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML).
Quem revelou detalhes do caso foi a delegada Juliana Almeida, em entrevista à CNN. Ainda durante a reportagem, a responsável pelo caso contou o que pode causar esse sintoma específico.
“Calor, insolação e desidratação são alguns desses fatores, mas sem o resultado dos exames, não temos como afirmar que seja isso. Agora é prematuro afirmar que a Ana Clara morreu por hipertermia (excesso de calor). Se tudo der negativo, poderemos chegar a conclusão de que foi por causa do calor”, afirmou.
Leia mais:Os testes aos quais que ela se refere são os toxicológicos e histopatológico, que têm previsão para serem entregues em 30 dias. A investigação está sendo feita pela 24ª DP (Piedade).
O velório de Ana Clara foi realizado na segunda-feira (20/11), na Câmara dos Vereadores de Sonora (MS). O sepultamento ocorreu no cemitério da cidade de Pedro Gomes, no mesmo estado onde a moça morava.
Testemunha revelou detalhes da morte
Ao invés de emoção e boas recordações do show de sua ídola, um trauma. Foi assim que Nathalia Bieri definiu o fato de ter testemunhado o atendimento de Ana Clara Benevides, que morreu momentos antes da apresentação de Taylor Swift no Engenhão, na última sexta-feira (17/11).
A moça contou que estava na área VIP e estava muito cheio. Após um tempo, a produção do evento retirou os ventiladores que refrescavam o público e a situação começou a ficar insuportável. Nathalia também relatou que a quantidade de água distribuída pelos organizadores era insuficiente e os copinhos estavam quentes.
Pouco antes do show de Taylor Swift começar, ela contou que começou a passar mal: “Estava quente pra caceta, mas estava tudo bem. Aí, demorou quase uma hora entre o show da Sabrina Carpenter e da Taylor e comecei a perder as forças. Foi aí que comecei a sentir minha perna bamba, fiquei me tremendo e começaram a gritar para me tirarem dali”, recordou.
Quando chegou ao ambulatório, ela contou o que viu durante o socorro de Ana Clara: “A Ana estava na minha frente e desmaiou. Os três caras que me socorreram, ajudaram a colocá-la na maca e começaram a preparar para botar o acesso do soro nela”, relatou.
Nathalia lembrou que depois de desmaiar, ser colocada em uma maca e no soro, e voltar a si testemunhou a situação se complicando: “Quando estavam colocando o soro em mim, eu tava olhando pro lado e ouvi assim ‘parada cardíaca’. E começaram a fazer massagem cardíaca. Eram umas oito pessoas, assim, montadas na menina [Ana Clara], tentando reanimar, com ventilador mecânico, botando acesso, dando adrenalina. Foi muito pesado. A amiga dela tava lá, vendo tudo”.
Ela ainda continuou contando como a cena se desenvolveu: “Não sei quanto tempo foi de verdade, mas eu contei pelo tempo de música que estava passando, foram algumas músicas o povo tentando reanimar menina e nada. Não conseguiram reanimar ela dentro do posto de saúde, colocaram ela na ambulância e levaram ela pro hospital”.
A moça ainda relatou, ainda, que já sabia que Ana Clara não estava viva: “Ela já tinha ido a óbito porque dava pra ver pelo pé: ela é negra e o pé dela tava [da cor de] papel. E, além disso, dava pra ver ela ali deitada, um pouco antes da parada cardíaca, já dava pra ver que ela não tava legal. Ela não piscava, o olho dela tava aberto. E, aí, quando deu a parada cardíaca dava pra ver a cor saindo da pele dela. Foi muito pesado”, contou, emocionada.
No fim, Nathalia contou que foi liberada mesmo sem estar 100% porque o ambulatório estava lotando e com fila do lado de fora. Ao sair, ela contou que ainda estava trêmula e viu muitas pessoas desmaiadas. Nos últimos stories, ela desabafou:
“Tudo o que eu consigo pensar agora é que poderia ter sido eu. Chegamos com os mesmos sintomas, mesma situação. Eu fui melhorando com soro, ela não…Poderia ter sido eu”, afirmou, antes de completar: “Mostrando aqui o quão perto da grade eu tava. Ganhei um UNO e um trauma também”.
Fã sofreu queimaduras
O que era pra ser um dia de festa, em que veria o show de sua cantora predileta, Taylor Swift, virou um pesadelo para Anastasia Kloster, com direito a queimaduras de segundo grau nas pernas e ida ao hospital. Nas redes sociais, no sábado (18/11), a escritora relatou tudo o que passou e ainda reclamou da organização do evento.
“Mas vamos lá… Tenho inúmeras coisas para falar em relação à organização do evento. Já sabiam que seria um forno? Adiavam hoje de manhã. Faltando uma hora, foi desumano. Todo mundo já tinha passado seus perrengues! T4f: a entrada do VIP package foi uma vergonha! Eu e meus amigos estávamos na frente e deixaram acumular muita gente atrás, se empurrando. Quando abriram a entrada, eu levei um empurrão e caí no chão quente! Ganhei duas queimaduras de segundo grau, que não paravam de arder com o sol torrando”, começou ela.
E continuou seu relato: “Fui duas vezes ao posto médico e aqui vai a minha reflexão… A equipe da Taylor estava lá averiguando tudo e o chefe de segurança dela tava bem preocupado. Ele pediu para cuidarem de mim rapidamente e fez de tudo para me ajudar porque eu chorava de dor. Inclusive, tirou fotos das queimaduras e pediu a confirmação do médico para passar para os superiores”, contou, antes de completar:
“Quando entrei lá, mais queimaduras nas pessoas, gente vomitando, desmaiando. O médico não queria confirmar as queimaduras! Foi na pressão! Uma mulher que estava lá não queria me atender a segunda vez, disse que eu já tinha ido. Um absurdo!”, reclamou.
Logo depois, a fã deu mais detalhes sobre as duas idas ao setor de atendimento: “Na primeira ida ao posto médico, a moça responsável me disse que eu não estava com queimadura. Na segunda, quando já voltei com mais bolhas, ela reclamou porque eu estava lá de novo e precisavam acelerar o posto médico”.
Em seguida, ela deu mais detalhes: “O médico responsável levantou minha perna para uma querida que precisava confirmar a informação para o chefe de segurança da Taylor e disse que eu estava com feridas, escoriações… Até que, com muita insistência, ele confirmou a queimadura”.
Anastasia Kloster aproveitou o post para desabafar: “Estou assim por falha de organização na entrada. Ingressos VIP caríssimos e recebemos isso. Só Deus sabe a dor que eu senti naquele ferro quente! Fora as costas queimadas também”.
Em outra publicação, ela contou mais sobre a queda: “Eu caí porque acabei tropeçando em razão da fraqueza depois de horas na fila, mas no posto havia muitos com queimaduras por terem sentado no chão sem saber da temperatura e por terem sido empurrados contra a grade”, disse ela, que publicou algumas fotos da chapa que causou os ferimentos.
(Metrópoles)