Sob o lema “Maria de Nazaré, mãe das vocações”, a romaria da 19ª edição do Círio de Nazaré de Parauapebas, neste sábado (28), encantou os fiéis e promesseiros que marcaram presença durante todo o trajeto que teve início na Igreja São Sebastião, no Bairro Cidade Nova – onde ocorreu a oração do Santo Terço, às 17 horas – e seguiu até a Igreja Nossa Senhora de Nazaré, no Parque dos Carajás I, onde chegou por volta das 21h30.
Leia mais:A missa foi presidida por Dom Vital Corbellini, bispo diocesano de Marabá. “O momento do Círio é de graça. Momento de evangelização, de muito amor a Nossa Senhora. Que Ela abençoe o nosso povo e assim possamos caminhar bem. Estando com Maria, estamos com Jesus, então é mais um lindo Círio, o 19º, onde a gente pode fazer essa bonita caminhada”, disse, acrescentando um pedido: “Que, através de Nossa Senhora, haja bênçãos para o nosso povo, para as autoridades, para a nossa cidade e para a paz do mundo: é isso que temos que trabalhar pelo Reino de Deus”.
Os fiéis logo se aglomeraram para acompanhar o momento em que a imagem foi colocada na berlinda. Erick Sousa dos Santos, que levou a família para o Círio, é promesseiro e sempre participa da manifestação religiosa em Belém e Parauapebas. “Anualmente eu estou em Belém, onde distribuo água durante o Círio para os promesseiros da corda. Em Parauapebas eu também frequento todos os anos por ser residente.” Sobre a experiência deste ano na capital paraense, ele diz se impressionar a cada vez. “Foi ótimo [em Belém]”, continuou, “cada vez aumentam mais os promesseiros e a devoção de fé é inigualável.” O devoto trouxe Ione, sua esposa, e o filho Heitor, de seis anos. Junto deles a amiga Sueli trouxe a filha de apenas um ano.
Um anjinho chamou a atenção de todos que passavam: era a pequena Jade Talia, de 11 meses, que era acompanhada da mãe, Taynara Lima. O significado desse momento é muito especial, já que a mamãe foi informada, por médicos, que não poderia engravidar.
“Durante o meu casamento, foi diagnosticado que eu não poderia engravidar, então ela tem um significado muito forte na minha vida. Foi um pedido a Nossa Senhora, que atendeu”, afirmou Taynara.
O desejo da mãe era de ficar mais próxima à berlinda, mas não poderia ficar devido à idade da criança, mas ela acompanhou a romaria até o fim. “A gente vai passar isso pra ela até crescer e entender o significado do Círio para nossa família”, concluiu.
A imagem saiu do Cidade Nova por volta das 17h30, como previsto, e seguiu pela Rua Ceará, Rua do Comércio, Rua Rio de Janeiro, Rua 16, Rua E e, finalmente, Rua 11. Durante todo o trajeto, a dona Anita de Maria de Jesus, de 85 anos, acompanhou o Círio junto dos dois filhos: Maria da Penha, de 56 anos, e Moisés Teixeira de Andrade, de 43 anos, que trouxe a animada filha de 9 anos, a pequena Bruna, acompanhando a família no Círio e já prometendo fazê-lo mais vezes.
Durante a passagem pelo Rio Verde, fiéis paravam para fazer preces em frente ao altar montado por Jéssica dos Santos, que mantém a tradição há 10 anos. A devota de Maria de Nazaré é acompanhada pelo marido, João da Cruz, há três anos. “Significa muito pra mim, pois a Nossa Senhora simboliza amor, esperança e um ato de fé, onde eu procuro seguir os seus ensinamentos. Procuro também manter minha fé firme no Nosso Senhor e na Nossa Senhora”, afirmou Jéssica.
Ao final da romaria, a imagem da Santa foi levada à Igreja Nossa Senhora de Nazaré, onde Dom Vital presidiu a Santa Missa e pregou sobre paz e devoção. O bispo diocesano ainda falou sobre acessibilidade, destacando a necessidade de inclusão de autistas e dando uma atenção especial às interpretes de libras presentes.
Sob lágrimas e muita emoção, a Santa Missa foi celebrada pelos fiéis e fechou a programação do 19º Círio de Nazaré de Parauapebas. (Clein Ferreira)