Um estudo mostrou que diagnósticos de câncer de mama estão ficando mais frequentes em mulheres mais jovens. O Instituto do Câncer de São Paulo realizou a pesquisa depois que uma médica verificou, durante a rotina de trabalho, que os casos entre mulheres abaixo de 40 anos haviam aumentado.
A médica Karina Belickas Carreiro, ginecologista, obstetra e mastologista, decidiu fazer uma pesquisa para traçar o perfil do câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos. A médica analisou o caso de quase 500 pacientes jovens atendidas pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. E 68% delas estavam com o tumor já em estado avançado quando diagnosticadas.
O estudo mostrou também que a incidência de câncer de mama em mulheres jovens é maior no Brasil que a registrada em outros países. Nos Estados Unidos, apenas 5% das pacientes têm menos que 40 anos; no Brasil, são 15 %.
Leia mais:“A gente percebeu que as pacientes tinham tumores muito maiores, mais agressivos do que as pacientes mais velhas. Você precisava de mais medicação, demorava mais para conseguir um resultado bom”, explicou a médica, que começou a procurar fatores comuns nos diagnósticos.
“O que a gente conseguiu perceber é que a idade da primeira menstruação influenciava na idade do diagnóstico. Então quem menstruava mais cedo tinha um câncer de mama mais cedo. Você vê a amamentação como um fator protetor não necessariamente evitar o câncer porque todo mundo tinha câncer, mas para você ter um câncer mais tardio, menos avançado”, relatou.
Importância do diagnóstico precoce
Entender e analisar os dados do estudo serve para que os especialistas definam estratégias de rastreio e diagnóstico precoce, como o acesso à mamografia. Outro fator importante é a mulher ficar atenta ao próprio corpo.
A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o exame anual a partir dos 40 anos. Mas é preciso investigar desde a primeira queixa da paciente.
“A paciente tendo diagnóstico precoce, a sobrevida dela chega a 90%, 95%. Quando é um diagnóstico tardio, essa sobrevida acaba caindo muito, né? Então mais importante disso é o ginecologista fazer um exame adequado de mama. E na dúvida, peça um exame complementar, por exemplo um ultrassom”, disse José Roberto Filassi, chefe da mastologia do Instituto do Câncer.
(Fonte:G1)