A cerca de 37 quilômetros de Marabá, à beira da BR-155, está localizada a tranquila Vila Sororó. Foi lá que o Correio de Carajás conversou com José Wilas da Conceição, 46 anos, aposentado. O homem de semblante sofrido, mas com esperança renovada, é uma das 298 pessoas daquela região, beneficiadas com os óculos doados pelo Instituto Miguel Chamon.
Mesmo com o sol alto e o calor abrasador da tarde de sexta-feira, 13, José saiu de seu barraco – como ele mesmo chama – na Vila Piranheiras (a 18 quilômetros da Sororó), para buscar seu primeiro óculos de grau. Para ele, que ficou cego do olho esquerdo após levar uma pancada no órgão enquanto trabalhava na roça, o objeto representa uma grande melhoria de vida.
“Minha história dá um jornal”, inicia o aposentado. Natural de Lago da Pedra, no Maranhão, José medita que há 20 anos foram os caminhos da vida que o levaram até a Vila Sororó, o melhor lugar da região, segundo ele.
Leia mais:O maranhense vive sozinho na Vila Piranheiras, não tem filhos e nem família por lá. Só recentemente ele conseguiu o benefício do aposento, recurso vital para alguém que sobrevivia fazendo bicos e de doações de pessoas solidárias.
“Eu enfrentava o trabalho com a vista doendo, nunca pude pagar um óculos, fazer um exame, aí eu precisava encarar, né?!”, desabafa emocionado, com lágrimas nos olhos. Ele reflete que muitas pessoas da mesma vila em que o aposentado mora, sofrem igual a ele.
E é com o objetivo de aplacar um pouco desse sofrimento, que o Instituto Miguel Chamon atua levando atendimento de saúde para a população. Consulta oftalmológica, exame de ultrassonografia, dentista e clínico geral, foram alguns dos serviços oferecidos, não só para os moradores da Vila Sororó, mas para milhares de pessoas do município de Marabá, ao longo de 42 dias de ação social.
Ao comentar sobre as necessidades de seu povo, o líder comunitário conhecido como ‘Alex Sororó’, pontua que naquela localidade muitas pessoas não têm condições financeiras de comprar um óculos de grau, e daí a importância de ações como a do Instituto Miguel Chamon. “Ele (Instituto) veio para agregar e atender essas pessoas menos favorecidas”.
Na vila, apenas um único postinho de saúde é responsável pelos atendimentos à população e nem todas as especialidades médicas estão disponíveis por lá, como a odontologia. Alex conta que esse serviço está em falta ali e que os atendimentos dos consultórios móveis do Instituto ajudaram a melhorar a qualidade de vida daquela região.
Sobre isso, o vereador Márcio do São Félix (PSDB) é enfático ao falar que o serviço social liderado pelo deputado Chamonzinho (MDB), não foca em coisas, mas em pessoas. “O Instituto Miguel Chamon mira no que temos de mais sensível, que é a nossa saúde, bem estar e qualidade de vida”. (Luciana Araújo)