Organizada anualmente pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Universidade Estadual do Pará (UEPA) e Instituto Federal do Pará (IFPA), a Feira das Profissões é um evento importante para a divulgação dos cursos dessas instituições. Diferente dos outros anos, a edição de 2023 aconteceu em um único local e apenas por um dia.
As duas primeiras edições do evento foram realizadas no Partage Shopping Marabá. Em 2022, a Estação Conhecimento somou-se ao Partage e se tornou mais uma parceira da feira. Mas este ano foi diferente, e somente a Estação foi responsável por sediar a exposição.
Para o Correio de Carajás, Natália Souza, professora de Geologia da Unifesspa, revela que um dos motivos para a feira acontecer em um único dia foi a falta de verba. “Tivemos algumas restrições, mas a Estação Conhecimento nos apoiou totalmente este ano, permitindo que a feira fosse feita aqui”.
Leia mais:Ela acrescenta que sem esse suporte, não seria possível realizar o evento, que é tão importante para os estudantes marabaenses.
VITRINE PARA OS ALUNOS
Ao longo de quinta-feira, 5, mais de 1.200 pessoas passaram pelos estandes fixados na Estação Conhecimento, na Avenida Vale, Loteamento Vale do Tocantins, Núcleo São Félix.
O público-alvo do evento são jovens que estão finalizando o ensino médio – e que podem ingressar em uma universidade – e também aqueles que estão na reta final do ensino fundamental, pois os cursos técnicos-integrados do IFPA são para eles.
Por lá, o Correio de Carajás conversou com Pedro Henrique Costa, de 17 anos. Ele está terminando o 3º ano do ensino médio (EM) na escola Walquise Viana, localizada no São Félix II.
“Estou achando a feira muito legal e tô conhecendo bastante sobre as áreas que eu queria”. Suas predileções são o curso de Psicologia, Engenharia Ambiental, Controle Ambiental e Geologia. E, para ampliar o seu leque de opções, ele compartilha que ainda pretende conhecer outras faculdades.
Aos 17 anos, João Victor Nunes Silva é estudante do 3º ano do ensino médio também na Walquise. Diferente de Pedro, ele tem certeza sobre a escolha pelo curso de Psicologia.
“Poder trabalhar com a saúde mental das pessoas, ajudar quem tem depressão (por exemplo), a enfrentar tudo isso”, diz ele sobre sua motivação.
Mesmo com a preferência bem definida, ele não se privou de visitar e conhecer os outros cursos divulgados na IV Feira de Profissões, ampliando seu olhar para outras opções.
INSTITUIÇÕES
Assim como em 2022, Natália Souza representou a Unifesspa como coordenadora institucional na Feira de Profissões. “Espero que a feira tenha sido de bom proveito para estudantes que estão escolhendo suas profissões. São mais de 70 cursos gratuitos, entre as três instituições”.
Ela também elenca oportunidades e benefícios que os alunos das instituições podem receber ao longo de seu vínculo com elas, como os programas de assistência estudantil para permanência de estudantes.
Este ano a universidade federal levou para exposição 35 cursos de graduação e 12 de pós-graduação. Alguns localizados fora de sede não puderam participar.
Quem complementou a fala de Natália foi Daniele Monteiro, coordenadora da UEPA Marabá, que conversou com o Correio de Carajás e contou detalhes sobre a forma de ingresso nas universidades. “Muitas instituições focam em processos de entrada diferentes. Por exemplo, para acessar os cursos da UEPA e da Unifesspa, é pelo ENEM. Já os cursos do IFPA, são por processo seletivo especial”, disse a coordenadora.
Ela reforça que esses dados também são detalhados durante a feira. Esta é uma maneira de levar informação para a população, que muitas vezes não sabe que os cursos oferecidos pelas três instituições são gratuitos. Detalhe este que é reforçado por todos os representantes entrevistados por este CORREIO.
A UEPA oferta 11 opções de cursos, divididos entre saúde, engenharias e licenciaturas. “A gente percebe a necessidade dessa divulgação e notamos que ainda assim, muitas pessoas não conhecem os cursos gratuitos que Marabá e região ofertam”, complementa.
9º ANO PRESENTE
Davison Jaime Baia de Souza, técnico administrativo e chefe de departamento no IFPA, um dos coordenadores do evento, explica que a instituição levou para a feira os cursos técnicos integrados (modalidade de ensino no qual o estudante realiza a formação técnica ao mesmo tempo que cursa o ensino médio), cursos superiores e de pós-graduação.
Com particularidades que diferem o IFPA das duas universidades que também compõem o evento, Davison responde positivamente ao ser questionado pela reportagem se existe uma curiosidade maior pelos estandes do instituto.
“Nós tivemos um público muito específico aqui hoje, que são os alunos do 9º ano, que é a turma que sai do ensino fundamental para integrar o ensino médio e são eles que fazem o nosso ensino médio integrado ao curso técnico”, detalha.
Para finalizar, ele aponta que os jovens que se formam no IFPA e depois vão para uma universidade, chegam ao curso superior com uma facilidade muito grande, por já ter experiência com diversos processos do meio acadêmico.
PRÉ-VESTIBULAR
Para completar o rol de estandes dispostos na feira, representando a Estação Conhecimento, esteve o cursinho pré-vestibular ‘EducaEC’, ativo desde 2022.
Pedro Paulo Pereira Matos, 17 anos e estudante do 3º ano EM, é aluno do projeto e compartilhou sobre o impacto positivo em sua vida estudantil. “Principalmente no que tange redação e outras habilidades. Eu lembro que no início do ano a minha redação estava avaliada entre 600, 650 pontos. E agora eu já tive três redações nota 1000”.
A produção textual a qual ele se refere é uma prática de simulação da redação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), que ajuda estudantes a se prepararem para essa etapa da prova.
Além disso, o adolescente revela que teve um desenvolvimento estarrecedor na área de ciências da natureza. Quando questionado qual curso superior pretende cursar, ele é categórico ao responder que almeja a faculdade de Direito.
Keylson Lima, coordenador do cursinho, reverbera a fala de Pedro ao pontuar que a presença do ‘EducaEC’ tem grande importância na região do núcleo São Félix, pois contribui com a educação básica, com a formação dos estudantes e a preparação para o ENEM.
“Esse lado da ponte, e essa é uma opinião minha, não tem tanta informação e nem foco no ENEM. Os jovens dessa localidade, de zona periférica, são desprovidos de recursos financeiros do setor público e nós, da Estação e do cursinho, conseguimos minimamente ajudá-los”.
Trinta e cinco estudantes do ‘EducaEC’ foram aprovados em vestibulares no ano de 2022. Atualmente, o projeto possui 91 alunos matriculados em três polos de atendimento: um na Estação Conhecimento, outro na escola Walquise Viana no São Félix II e o terceiro, na escola Gabriel Sales Pimenta, no Núcleo Morada Nova.
Para informações sobre inscrição no cursinho, o contato é do próprio coordenador, pelo telefone (94) 991501-3002.
ESTAÇÃO CONHECIMENTO
Projeto liderado pela Fundação Vale, a Estação Conhecimento fomenta aprendizados diários para as famílias atendidas na instituição, é o que explica Audileide de Oliveira, diretora da Estação.
“É o segundo ano que nós apoiamos a Feira das Profissões e ficamos muito felizes por isso. O evento tem tudo a ver com as nossas premissas e o trabalho desenvolvido aqui”, reflete.
Este ano, a Estação Conhecimento recebeu a Feira das Profissões com exclusividade, pois ela foi realizada apenas neste local, em um único dia. Para Audileide é uma honra poder recepcionar o evento de maneira ímpar.
“Principalmente nesse território (núcleo São Félix e região), que é desprovido desse tipo de evento, voltado para educação”, complementa.
SAIBA MAIS
Em Marabá, a Estação Conhecimento oferece atividades esportivas, culturais, educacionais e de saúde, atendendo – com equipe multidisciplinar – desde crianças até idosos. Quinhentas famílias são assistidas, totalizando 1.250 pessoas.
No Brasil, encabeçadas pela Fundação Vale, cinco Estações Conhecimento estão em funcionamento. Duas no Pará (Marabá e Tucumã), uma no Maranhão, outra em Minas Gerais e a quinta no Espírito Santo.
“As Estações são grandes parceiras da Função no objetivo de promover o desenvolvimento territorial através da cultura, do esporte e da educação”, explica Paulo Simas, gerente da Fundação Vale e responsável pela gestão das Estações Conhecimento em todo o país. (Luciana Araújo)